Para dar inicio, neste texto, você vai conhecer ou até reforçar possíveis falhas e se preparar para evitar riscos que podem ser prevenidos conhecendo os maiores erros na indústria de alimentos.

A indústria de alimentos, num contexto geral, necessita de alguns aspectos para que melhore e agregue em suas atividades, entregando um produto de boa qualidade para o seu consumidor.

Neste texto, você vai conhecer ou até reforçar possíveis falhas e se preparar para evitar riscos que podem ser prevenidos.

Dentre os aspectos, podemos destacar equipamentos adequados, mão de obra qualificada, investimento em tecnologias e adequação e comprimento das legislações vigentes.

Apesar de serem óbvios para uma indústria de alimentos, nem sempre essas instituições aderem a esses aspectos.

E não se engane, tais erros não se restringem apenas a organizações menores.

Os erros podem afetar grandes organizações e cabe aos gestores identificar e entender que, a falta desses procedimentos internos, podem afetar consideravelmente os seus resultados.

Entre os principais erros da indústria de alimentos, podemos listar os cinco principais como:

DESPERDÍCIO DE MATÉRIA PRIMA

Os desperdícios de matéria prima, principalmente no que se refere à alimentos, é algo de grande importância pois trata-se de questão ética, econômica com reflexos na ação social e política.

E os desperdícios quando se trata da indústria de alimentos, “jogar fora” a matéria prima é o mesmo que jogar “dinheiro fora”.

Diversos fatores podem influenciar no desperdício dos insumos como a falta ou o planejamento inadequado de produção, falta de capacitação e treinamento dos colaboradores, ausência de controle de estoque, má estruturação de processos logísticos e falhas na linha de produção.

Para impedir os desperdícios de matérias primas, temos como primeiro passo o controle dos estoques, conhecendo a quantidade dos insumos disponíveis para o processamento, a capacidade produtiva e a vida útil do material.

É recomendado a verificação do estoque diariamente e o uso da matéria prima com validade próxima do vencimento. Isso evitará grandes perdas, ainda mais se tratando de elementos que apresentam vida útil reduzida.

O segundo passo é o planejamento de produção, sendo primordial para a indústria de alimentos.

Nada adianta ter estoques cheios de produtos se não são escoados, pois há gastos para a armazenagem dos mesmos. Em casos que apresentem alimentos com validade inferior a 3 meses, por exemplo, o planejamento inadequado irá gerar gastos ainda maiores com, gerenciamento de rotina, mão de obra, aumento de estoques e inovações tecnológicas.

O terceiro passo é entender o local da raiz do problema. Comece pelo pior local, ou seja, onde o índice de desperdício de recursos é maior, depois para cada problema identificado, defina o item de controle.

Procure entender a situação atual através de gráficos, dashboard ou ferramentas de sua preferência e, por fim, trace metas a serem alcançadas. Mas veja: tudo o que fizer deve ter como foco principal a meta, qualquer outro assunto é desperdício de tempo e recursos.

 

tecnologias

POUCO INVESTIMENTO EM TECNOLOGIAS

 

Atualmente, devido a grandes avanços nas áreas de tecnologia e informação, empresas de todos os portes têm sido forçadas a buscar novos métodos e tecnologias para alcançar produção cada vez mais eficiente.

Essa mudança de cenário precisa ser clara para os profissionais atuantes na área de alimentos, para que entendam a importância do investimento em tecnologias para o sucesso das organizações.

A adequação das indústrias alimentícias à era da tecnologia e informação, reduzirá os trabalhos operacionais e os custos, além de garantir uma maior agilidade nos processos produtivos.

A linha de produção terá monitoramento e verificação de forma imediata e constante, além disso devido a conectividade das novas tecnologias as organizações têm acessibilidade às informações de produção facilitando a mensuração do processo produtivo.

Os benefícios do investimento em tecnologia proporcionam um maior e melhor poder de gerenciamento, apontando os pontos de possíveis falhas e suas melhorias.

O uso de informações para padronizar os processos é algo novo e quem se adapta, está à frente no mercado. Essas informações garantem não só padronização mas o controle de qualidade em cada segmento existente dentro da indústria de alimentos.

Outro ponto importante, é a compreensão da equipe sobre o propósito da tecnologia e que sempre tenha pensamentos inovadores, mesmo com processos repetitivos e inflexíveis do dia a dia.

A FALTA DE CAPACITAÇÃO DA EQUIPE 

Hoje em dia, ainda existem empresas que não acreditam no investimento e creem que o compartilhamento de experiência entre colegas seja suficiente para edificar o conhecimento e que dê retorno.

Essa ação desencadeia colaboradores insatisfeitos, elevado turnover, baixa produtividade, ausência de segurança na execução de atividades e, mais agravante, a perda de clientes.

A capacitação e o desenvolvimento de pessoas não são custos e sim um excelente investimento no capital humano.

Qualquer organização, seja de pequeno, médio a grande porte, depende dos colaboradores para manter suas atividades entregando resultados, sendo alcançado com pessoas qualificadas que trabalhem em equipe, que estejam alinhadas aos valores da empresa, que tenham vontade de aprender e que usufruem das oportunidades para se desenvolverem tanto no profissional quanto no pessoal.

E a garantia que isso ocorra é justamente com o incentivo, treinamentos, capacitação e desenvolvimento de pessoas e equipes.

Essas mudanças ocorrem quando se tem um gestor, gerente ou coordenador como líder de mudança.

O processo de gerenciamento é voltado para transformações e é papel do líder identificar situações e conduzir pessoas para as mudanças necessárias, levando os colaboradores a atingirem o seu maior potencial. Ótimas lideranças é sinal de boas mudanças.

manutenção de maquinario

MANUTENÇÃO DE MAQUINÁRIO

Além dos maquinários adequados para o processo produtivo, é sempre importante contar com programas de manutenção e checklist para evitar erros na indústria de alimentos.

Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Varejo e Mercado de Consumo (IBEVAR) em 2015 mostrou que no ano anterior as empresas varejistas apresentaram cerca de 2,89% do seu faturamento líquido destinado a perdas operacionais, ou seja, gastos com a quebra de maquinários. E a maior parte desses gastos poderiam ser evitados através de um programa de manutenção.

Segundo a NBR 5462 existem três tipos de manutenção, a preditiva, a preventiva e a corretiva.

A manutenção preditiva tem como objetivo predizer a situação do equipamento e encontrar falhas em estágio inicial, quando ainda não são prejudiciais ao equipamento e/ou processo de produção.

A manutenção preventiva é realizada em intervalos predeterminados e essa frequência pode estar associada ao tempo, quilometragem, produtividade, entre outros.

Já a manutenção corretiva tem como objetivo corrigir alguma falha no equipamento para que continue o seu papel dentro do processo produtivo, de acordo com o que foi definido no projeto.

Dentre as manutenções, a mais indicada é a preditiva. Apesar do seu alto custo ela apresenta um tempo de manutenção muito menor quando comparada às manutenções corretivas e preventivas, isso ocorre devido a identificação de possíveis problemas nos estágios iniciais.

Se a organização apresentar capital disponível ou estiver disposta a investir na manutenção preditiva, conseguirá prever deterioração do equipamento, prevenindo falhas por meio dos monitoramentos dos parâmetros principais, com o equipamento em funcionamento.

É interessante em qualquer indústria antecipar qualquer tipo de falha que ocorra no maquinário evitando que, caso ocorra, todo o processo produtivo fique estagnado para correção das falhas.

Portanto, deveria ser adotado pelas organizações a adoção de manutenção preventiva, caso a mesma não tenha capital para adotar a preditiva, e em último caso a manutenção corretiva.

Apesar da manutenção corretiva ser a última e pior escolha para a indústria, suas desvantagens poderão ser amenizadas através de estratégias de manutenção coordenadas pelos gestores.

LEGISLAÇÕES, RDs e NORMATIVAS

Poucos sabem, mas a indústria de alimentos é regida por diversas legislações e cabe ao gestor de qualidade ter conhecimento de cada uma delas e de suas alterações evitando assim de cometer erros na indústria de alimentos.

Algumas leis sofrem modificações ao longo dos anos e a não atualização das mesmas pelo gestor pode causar impacto direto na operação e produção, principalmente legislações de cunho sanitário.

Legislações sanitárias como a Portaria MS nº 1.428/1993 tem como objetivo estabelecer as orientações necessárias que permitam a execução de atividades de inspeção sanitária, de forma a avaliar Boas Práticas para a obtenção de padrões de identidade e qualidade de produtos e serviços na área de alimentos.

As mudanças forçadas pela alteração da legislação leva um tempo para entrar em vigor.

Empresas de pequeno porte se adaptam mais facilmente e de maneira rápida, entretanto, para empresas de médio a grande porte se torna um problema pois necessitam de planos de ação mais robustos, organização e alinhamento.

Hoje, no mercado existem softwares que auxiliam no gerenciamento para uma adequação mais dinâmica, a qual todos os envolvidos terão acesso às atividades, check list e dashboard para acompanhar a evolução. Com isso, se garante mais dinamismo, redução nas atividades operacionais e uma coordenação na execução.

PONTO DE ATENÇÃO: GERENCIAMENTO DE ROTINA

Os pontos citados acima são de extrema relevância e irão garantir ganhos a curto e longo prazo, mas para que isso ocorra é necessário um gerenciamento de rotina. O gerenciamento compreende desde o recebimento da matéria-prima até o produto final, e garante identificar e solucionar o problema.

Comece arrumando o seu meio ambiente, tratamos um pouco desse tema quando abordamos sobre desperdício.

Mas arrumar o seu meio-ambiente se trata de identificar as suas maiores anomalias e quando utilizo esse termo é tudo aquilo que não faça parte da rotina do setor.

Por onde começar? 

Comece pelo pior setor, onde as anomalias têm maior frequência recomendo usar a ferramenta diagrama de Pareto que consiste em gráficos de colunas que ordena as frequências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas, dessa forma você saberá por onde começar.

Não podemos afirmar que através disso vai ser possível eliminar todas as irregularidades, mas vamos reduzir para níveis aceitáveis.

Foque em uma única anomalia, é preciso resolver um problema de cada vez, pois te dará clareza nas ações e solucionará o problema em menor tempo do que se espera devido aos esforços estarem concentrados na resolução.

E por fim, elaborar um plano de ação para definir as atividades que devem ser realizadas, apontar os responsáveis por desenvolver cada uma delas e acompanhar o andamento evitando os maiores erros na indústria de alimentos.

Segue os passos para elaboração do plano de ação: 

  1. Faça um levantamento sobre o máximo de informação que puder sobre o problema através de artigos científicos, blogs, podcast; 
  2. Reúna sua equipe e traga todos que na sua visão podem contribuir com a resolução da anomalia. Essa etapa ainda integra a coleta de informação; 
  3. Apresente sua meta, seja claro e objetivo. E o mais importante, mostre o que a empresa ganhará ao atingir essa meta. Discuta se faz sentido tê-la e tentar entender a percepção dos colaboradores quanto a ela; 
  4. Mostre qual é o problema e em seguida pergunte por que há tantas ocorrências sobre isso; 
  5. Anote o que cada um tem como resposta ou distribua canetas e papéis para que cada um discorra; 
  6. Faça um pente-fino em cada resposta, eliminando respostas iguais ou que não tem relevância; 
  7. Para cada motivo estabeleça em grupo uma ou mais ação corretiva, coloque em um quadro num formato 5W2H, e terá um plano de ação. 

Para encerar sobre os erros na indústria de alimentos

Agora que você já está por dentro dos maiores erros da indústria, está na hora de fazer colocar em prática, e não existe forma mais assertiva do que olhar para dentro de seus processos com um olhar autocrítico!

É comum que as pessoas se acomodem a “zona de conforto” e já que está rodando bem. não preciso me preocupar… e acredite grandes erros acontecem justamente por este motivo.

Estar em constante evolução é primordial  evitar erros na indústria de alimentos e, para que  os processos se tornem cada vez mais produtivos assim todos os envolvidos estarão em sintonia e você e toda a empresa só tem a ganhar!

O mercado está em constante evolução, os consumidores estão cada dia mais atentos a pequenos detalhes que podem influenciar na hora da tomada de decisão da compra por sua marca ou a concorrente.

Você não precisa passar por tudo isso sozinho, hoje, como mencionado durante o texto existem ferramentas que podem te auxiliar durante esta analise interna que além de ajudar, simplificam muito o processo tornando essa experiência mais prática de ser aplicada.

Quer conhecer um pouco mais sobre as principais ferramentas utilizadas no Sistema da Gestão da Qualidade – SGQ? Te convido a continuar sua leitura conhecendo um outro texto em nosso Blog, o GESTÃO DE RISCOS E AVALIAÇÃO DE OPORTUNIDADES.

Obrigado pela atenção!

Por: Igor Paolini

Jorge Pimenta

Copywriter, Coordenador de Marketing e Comunicação, em busca de um Brasil com mais qualidade #P1BMQ.

Ver mais conteúdos de Jorge Pimenta

posts relacionados