Quando se fala em segurança não podemos deixar de falar sobre, A gestão de riscos nas indústrias alimentícias.
O bom capitão de um navio sabe que nem sempre o mar estará calmo e sereno. Ter em vista os desafios e dificuldades é imprescindível para qualquer gestor.
A gestão de riscos nas indústrias alimentícias irá garantir que seus responsáveis prevejam e se preparem para possíveis situações que possam levar a prejuízos de diversas espécies.
A gestão de riscos irá permitir o planejamento para os cenários difíceis, desde mais drásticos e globais, como a contaminação de insumos em larga escala, até os mais sutis como o de pequenos acidentes nas linhas de produção.
Na indústria alimentícia, torna-se indispensável, devido a necessidade de sempre de garantir a segurança do alimento.
Além disso, a gestão de riscos nas indústrias alimentícias ainda pode trazer um bom número de benefícios diretos e indiretos, relacionados à segurança dos trabalhadores e até a própria imagem da empresa frente aos consumidores.
O que é a gestão de riscos nas indústrias alimentícias?
O célebre empresário e pesquisador Peter Schwartz, em seu livro “A arte da visão de longo prazo” toma a gestão de riscos como sistemas que garantem uma tomada de decisão baseadas em estratégias que irão garantir a diminuição de acontecimentos que tragam prejuízos.
Além disso, os sistemas também são capazes de favorecer ou minimizar os impactos das situações inevitáveis que possam vir a acontecer.
Desta forma ela garante a capacidade da indústria em estar preparada para o pior, adequando-se às possíveis crises em diversos âmbitos.
Pra isso é preciso basear-se em dados estatísticos, pesquisas confiáveis e outras fontes de informação que irão permitir o vislumbre de possíveis problemas.
Em síntese, a gestão de riscos é o processo que prevê, monitora, mede, avalia e administras os riscos existentes e os possíveis dentro de uma empresa ou projeto.
Nas indústrias alimentícias…
A gestão de riscos nas indústrias alimentícias adquiri uma importância bem maior do que para a maioria.
Isso acontece, uma vez que esse setor tem a responsabilidade de garantir a segurança do alimento.
Gêneros alimentícios são bens de consumo rápido e que podem apresentar grandes riscos de contaminação em qualquer de suas fases de processamento.
Esses riscos por sua vez podem afetar diretamente a saúde do consumidor final, acarretando variadas espécies de prejuízos à indústria.
Porém, esse é um fator que apenas aumenta a necessidade que as indústrias alimentícias têm da gestão de riscos, pois elas continuam contando com toda a sorte de eventos internos e externos comuns às indústrias.
Etapas da gestão de riscos
Assim como o capitão do nosso navio traça uma rota principal e até mesmo algumas alternativas, visando minimizar a exposição aos riscos e diminuindo os prejuízos trazidos por estes, um gestor precisa fazer o mesmo por sua indústria.
A melhor forma de fazer isso é a gestão de riscos.
Sendo um processo, a gestão de riscos nas indústrias alimentícias possui algumas etapas fundamentais, que são anteriores à construção de um plano de respostas e monitoramentos dos riscos. São elas:
O plano de gerenciamento de riscos
O pesquisador Dioney Fernando Becker, da Universidade de Assis, coloca o plano de gerenciamento de riscos como um ponto fundamental de qualquer sistema de gestão de riscos.
O plano pode ser entendido como o primeiro passo do processo e considerará como será conduzida a gestão.
É nesse momento que se escolhe, se cria, ou se adapta o sistema de gestão que será implantado.
Identificação dos riscos
É a etapa na qual a equipe responsável irá identificar os cenários e possíveis riscos futuros, bem como os já presentes na indústria.
Nesta fase, é sumariamente importante trabalhar com base em dados e estatísticas, visando informações confiáveis.
Análise qualitativa
Durante a análise qualitativa, os riscos são avaliados para se determinar aqueles mais urgentes e que precisam de maior atenção.
Para isso, busca-se a combinação da probabilidade de ocorrência do risco e o impacto que ele pode vir a acarretar à indústria.
Sim, a gestão de riscos nas indústrias alimentícias pode ser a diferença entre uma empresa saudável e uma empresa fadada ao naufrágio.
A pesquisadora Fabiana Leonel Ambrósio da Silva, em um estudo para a Universidade Federal de Pernambuco, em 2013, já demonstrava que projetos submetidos à sistemas de gestão de riscos, apresentavam maiores taxas de sucesso.
O mesmo estudo aponta para o número de 87% de fracasso em relações a projetos que não se preocupavam com a gestão dos riscos.
Embora o trabalho citado seja voltado ao desenvolvimento de softwares, os números do estudo tornam evidente a importância que a gestão de riscos possui em todos os empreendimentos.
A gestão de riscos nas indústrias alimentícias. e seus Benefícios.
Os pontos positivos da gestão de riscos vão muito além de garantir uma maior longevidade à indústria.
Ela pode garantir o crescimento substancial muitas vezes até mesmo prevendo os potenciais problemas relacionados à expansão de estruturas, de mercado, de alcance, de campanhas publicitárias.
Também será importante no manejo dos produtos e insumos, evitando perdas.
Pode trazer mais eficiência para o trabalho ao garantir condições melhores e mais seguras aos funcionários.
Em termos de mercado financeiro, a gestão de riscos pode permitir uma melhor adequação e maior valor das ações das indústrias alimentícias na bolsa de valores.
Como certificar que a gestão de riscos está sendo feita de maneira adequada?
Hoje, existem diversos tipos de gestão de riscos, que por sua vez podem se basear em diferentes normas.
Uma dessas normas é ISO 31000 que lança as bases para a gestão de riscos em inúmeros países.
Suas diretivas e princípios auxiliam na implementação e execução dos planos. Uma vez que ela foi desenvolvida com o intuito de abranger todos os tipos de riscos previstos em qualquer contexto.
A ISO 31000 trabalha sobre três pilares centrais: princípios, processos e guia de gestão de riscos.
Esta norma é fundamental a todos que pretendem fazer uma gestão de riscos eficiente, inclusive nas indústrias alimentícias.
A ABNT ISO 31000, AFIRMA QUE:
“O propósito da gestão de riscos é a criação e proteção de valor. Ela melhora o desempenho, encoraja a inovação e apoia o alcance de objetivos.”
Muito mais que um propósito, a criação e proteção de valor é o resultado gerado por ações que levam a uma melhora significativa de todas as atividades e processos da organização.
A busca por eliminar os riscos faz com que a alta direção, junto com os colaboradores, sejam encorajados a pensar e implantar inovações que alavancam a empresa, tornando-a muito mais competitiva no mercado.
Além disso, objetivos são bem definidos e traçados. Esta clareza e visualização de metas leva a um maior empenho pelo alcance daquilo que é proposto.
Portanto, para cumprir esse propósito é necessária uma gestão:
Integrada
A gestão integrada vê a organização como um todo. Apesar de haver processos operacionais independentes, todos precisam ser considerados.
Isto porque, a gestão de risco precisa permear toda a organização sem nenhuma exceção. Desde a aquisição de matérias primas até a experiência do cliente com o produto ou serviço final.
Garantir a gestão de risco em todas essas etapas é ter uma visão integrada da organização, considerando os cenários internos e externos
Estruturada e abrangente
Para que a integração ocorra, a gestão precisa ser bem estruturada e abrangente. Isto quer dizer, que ao estruturar todo processo de gerenciamento dos riscos a organização de processos e dados, ferramentas e as linguagens a serem utilizadas devem ser levadas em conta e bem definidas.
De forma que, seja garantida a credibilidade dos dados, resultados consistentes e comparáveis.
Personalizada
Não adianta querer copiar um sistema de gestão de uma outra organização e querer implementar na sua sem mudar uma vírgula.
Cada organização tem suas especificidades e características singulares, isto exige do gestor conhecimento das necessidades específicas do negócio.
E uma das características da Gestão de Risco é que ela é totalmente personalizável e adaptável para qualquer tipo e tamanho de organização. Ou seja, nada de ctrl+c e ctrl+v!
Inclusiva
Os conhecimentos, pontos de vistas e percepções das partes interessadas devem ser considerados. Isto vai levar a uma gestão de risco mais consciente e fundamentada.
Dinâmica
Ao implantar a Gestão de Risco, o gestor tem que ter em mente que mudanças vão ocorrer. Inclusive, algumas vão ser resultados positivos de uma gestão de risco eficaz.
“Riscos podem emergir, mudar ou desaparecer à medida que os contextos externos e interno de uma organização mudem.
A gestão de riscos antecipa, detecta, reconhece e responde a estas mudanças e eventos de uma maneira apropriada e oportuna.”
ISO 31000/2018
Melhor informação disponível
As entradas para a gestão de risco são as informações históricas e atuais da organização.
De acordo com essas informações que poderão ser identificadas as limitações, incertezas e, também, as expectativas. Portanto, é imprescindível que as informações sejam claras e disponíveis às partes interessadas.
Fatores humanos e culturais
Em todos os estágios e aspectos da gestão há influência dos fatores humanos e culturais. Esses fatores precisam ser considerados.
A mentalidade de melhoria contínua, desenvolvimento e treinamento de colaboradores podem ser chaves importantes para lidar com esses aspectos.
Melhoria contínua
Chegamos no nosso último princípio! Quem já está familiarizado com Gestão da Qualidade e de Riscos sabe que é impossível tratar desses temas sem pensar em melhoria contínua.
Pois o aprendizado e experiência (atributos inevitáveis adquiridos dentro do processo de gestão) vão levar ao reconhecimento da necessidade de que a gestão de risco deve ser melhorada continuamente.
Em suma, os princípios precisam ser incorporados na mentalidade de gestão dentro da organização. Em virtude de serem base para a gerência de riscos.
A gestão de riscos nas indústrias alimentícias, evite esses erros
Não há como evitar o risco, porque ele é um evento aleatório e imprevisto. Entretanto, dentro do contexto, é possível diminuir as probabilidades de sua ocorrência.
É como um trabalhador que executa serviços em edifícios e utiliza os equipamentos de segurança em altura para não cair durante o trabalho.
Essa é uma situação clara na qual o risco existe, porém foi minimizado pelas prevenções que foram tomadas.
No trabalho das empresas não é diferente, muitos são os riscos, por este motivo é importante fazer um levantamento dos principais e elaborar um planejamento para a gestão de riscos.
Não é fácil gerenciar riscos, mas com a prática e algumas ferramentas você consegue. Atualmente, existem softwares de gestão de riscos que auxiliam a empresa na gestão e tomada de decisões estratégicas.
Separamos uma lista de erros comuns a serem evitados na gestão de riscos. Confira:
Não analisar todas as áreas
É comum priorizar algumas áreas da empresa e negligenciar outras, assim como esquecer dos riscos externos que ameaçam a organização.
Devido a isso, sugere-se mapear riscos por áreas (internas e também a externas). Tudo que pode gerar algum dano impactante deve ser considerado e gerenciado seja ele físico, organizacional ou processual.
Não se deve dar pouca importância aos riscos, acreditando que seus impactos sobre a empresa serão mínimos.
É necessário ter uma visão global e perceber que preocupar-se apenas com um risco e esquecer-se dos demais pode trazer sérios problemas.
Acreditar que tudo é um risco
Se não mapear todos os riscos é um erro, imagine como é acreditar que tudo é um risco. Você perderia horas fazendo um grande levantamento e levaria ainda mais tempo pensando em como gerenciar todos eles.
Mas lembre-se: o que é um risco para o gestor financeiro pode não o ser para o chefe de produção.
Daí a importância de mapeá-los e ter uma equipe multidisciplinar para lidar com o assunto. Nada de deixar tudo só para o gestor!
Deixar de documentar o gerenciamento de riscos
O gerenciamento de riscos precisa ser documentado, ele deve ser um plano que traz todos os riscos diagnosticados, soluções para a minimização dos riscos, etapas e cronograma de implantação, entre outras informações relevantes.
Além disso, é importante documentar a incidência do risco quando ele ocorre. Por mais que se tenha cuidado na prevenção, eles podem ocorrer.
Algumas vezes, podem acontecer situações de pequeno impacto que, quando não identificadas terem o seu risco aumentado, causando sérios prejuízos.
Um software de gestão de riscos é ideal para registrar o plano e auxiliar na gestão das ocorrências.
Não dar continuidade
Outro erro comum é começar o plano de gestão de riscos e dar pouca importância ou deixar de dar continuidade a ele.
O projeto é a etapa de mais envolvimento, mas depois disso deve-se proceder com a sua execução e manutenção, mitigando os riscos antigos e diagnosticando novos.
A gestão de riscos é fundamental para as empresas e deve ser levada a sério. Não basta saber que o risco existe, é necessário ter um plano para gerenciá-lo.
E, se você acha chato fazer tudo manualmente sem roteiro, sem escalas e sem apoio, não deixe de adquirir um software para A gestão de riscos nas industrias alimentícias e vários outros segmentos.
Se a sua indústria tem interesse em garantir uma gestão de riscos mais eficiente e adequada às normas você pode pedir uma demonstração aqui.
Finalizando, esperamos que este artigo sobre A gestão de riscos nas industrias alimentícias. tenha ajudado a estar mais preparado para navegar por estes mares.