Mediante ao atual cenário global, quais são os principais Desafios da indústria farmacêutica durante a pandemia? Como que está a situação no Brasil? 

A COVID-19 provocou uma série de mudanças em todo o mundo, impactando diretamente vários setores econômicos.

Nesse post vamos trazer um breve panorama sobre o mercado no país, quais estão sendo os seus maiores obstáculos e as projeções para o período pós-pandemia. 

Setor econômico vive um momento de crescimento 

O ano de 2020 pode ser considerado ruim para vários setores econômico. No entanto, para a indústria farmacêutica o saldo tem sido positivo.

Isso porque, embora o momento seja bastante delicado e instável, a pandemia, de certa maneira, acabou impulsionando esse setor devido a alguns fatores como a alta demanda de medicamentos e, principalmente, as vacinas. 

Em relação ao faturamento, a indústria farmacêutica cresceu significativamente no último ano. As farmácias, por exemplo, registraram um aumento de 13,6% entre janeiro e outubro de 2020. 

A tendência é que essa curvatura continue sendo positiva nos próximos meses.

A expectativa, segundo a IQVIA, é de que o setor, em 2021, registre um aumento de 10,3%. Diante desse panorama animador, as empresas do ramo projetam expandir o seu faturamento ainda esse ano. 

Indústria Farmacêutica

Principais desafios durante a pandemia 

Por mais que o Brasil esteja vivenciando um saldo positivo econômico no que se refere a indústria farmacêutica, não podemos ignorar o fato de que o momento ainda exige adaptações para conseguir suprir as necessidades atuais. 

Desde que a pandemia começou, o setor vem inovando. Veja, a seguir, quais são os principais Desafios das industrias farmacêuticas durante a pandemia: 

Cenário de instabilidade 

Diante de uma crise econômica mundial, estamos vivenciando um tempo de muitas incertezas. Sendo assim, cada momento exige uma estratégia diferente. A indústria farmacêutica, por mais que esteja conseguindo superar as adversidades, vem se adaptando a cada fase. 

Para minimizar os riscos, ela vem implementando as suas ações pensando a curto prazo. Na atual conjuntura, fazer planejamentos a médio e longo prazos podem resultar em erros que podem custar tempo e dinheiro. 

Cuidados com os profissionais 

Diante de uma crise sanitária, os cuidados para garantir a segurança e saúde dos profissionais que atuam no setor farmacêutico também se tornou uma preocupação a mais. 

Na tentativa de manter a qualidade do atendimento aos clientes, a manutenção das operações e da logística de distribuição, as empresas do setor estão implementando alguns critérios para minimizar, ao máximo, os riscos de contaminação. 

Para seguir atendendo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e dos órgãos públicos, a maioria tem disponibilizado máscaras, álcool em gel, medição diária de temperatura, testes de COVID-19, entre outras medidas. 

Grande demanda por medicamentos 

A pandemia provocou uma onda de crescimento na busca por medicamentos. Quando falamos sobre isso não limitamos apenas aos utilizados no tratamento contra a COVID-19, como também os utilizados para outros tipos de problemas e doenças. 

Com o isolamento social, a indústria passou a ter maiores dificuldades tanto no processo de produção, como também na logística de distribuição. Isso tem dificultado na hora de atender essa alta demanda e exigindo uma reformulação. 

Logística de distribuição mais restrita 

Com o aumento na demanda, diante de uma redução na oferta, foi preciso reestruturar o setor de distribuição para conseguir atender a todos. Isso porque a indústria tem enfrentado dificuldades não só em entregar os medicamentos, como em produzi-los por conta da falta e demora para receber os insumos para a fabricação deles. 

Para que ninguém fique sem os medicamentos, as vendas estão sendo restringidas. Dessa maneira, os clientes estão fazendo as compras por cotas. Pedidos maiores, ou integrais, estão sendo modificados para dar acesso a um número maior de consumidores. 

É importante ressaltar que as medidas restritivas, como os bloqueios em vários municípios, também contribuíram para o atraso nessas entregas. 

Desafios das industrias farmacêuticas durante a pandemia

Pressão por vacinas 

Um dos maiores desafios da indústria farmacêutica atualmente é a produção de vacinas. Empresas e laboratórios em todo o mundo vivenciaram a pressão pela busca de imunizantes para conter a pandemia. 

No Brasil, para a produção, um dos grandes desafios foi a importação de insumos, dentre eles, o IFA. O atraso e a burocracia tornaram a produção mais lenta, levando o atraso no calendário de imunização nacional. 

O desenvolvimento acelerado proporcionou esse impulso na economia desse setor. Isso também exigiu um investimento grande em pesquisas, testagens e até mesmo produção em larga escala global para atender todos os países. 

Se por um lado o Brasil enfrentou uma onda de desemprego, na indústria farmacêutica foi momento de oportunidades. A necessidade de contar com bons profissionais no processo de desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19 abriu portas para os farmacêuticos atuarem também no ramo industrial. 

Venda por e-commerce 

A venda online de medicamentos adquiriu popularidade recentemente. Em sua maioria, como consequência direta das medidas de distanciamento social inspiradas no combate à pandemia do coronavírus. 

Acontece que uma farmácia tem como mostrar que a maioria dos produtos comercializados concentra-se em cosméticos e artigos de higiene, e menos em medicamentos. 

Sem falar que a legislação ainda é instável no assunto — medicamentos controlados foram atualizados para conferirem autorização de serem comercializados on-line — e potencialmente flexibilizada pelo momento em que vivemos. 

No entanto, a alta demanda pode ser uma resposta produtiva para aquecer novos debates sobre o assunto e impulsionar as vendas digitais de medicamentos por meio do auxílio de soluções tecnológicas. 

 Projeções para o futuro na indústria farmacêutica 

Por mais otimistas que sejam as projeções para os próximos anos no setor farmacêutico, ainda existe esse receio em relação ao futuro.

Afinal, o que podemos esperar para o mercado ainda nos próximos anos sobre os Desafios das industrias farmacêuticas durante a pandemia.

Algumas empresas do setor acreditam que uma das mudanças que teremos é em relação à tecnologia. A adoção de novos recursos passa ser necessária para que o mercado siga avançando. A pandemia apenas acelerou esse processo. 

O surgimento de doenças de grande poder destrutivo faz com que a indústria precise estar ainda mais preparada para gerenciar momentos de crise, sendo capaz de desenvolver soluções eficientes em um curto prazo de tempo. 

De certa maneira, a tecnologia se torna uma aliada na hora de desenvolver fórmulas de vacinas e medicamentos, tudo isso com o uso de soluções de automação e robotização. 

Outro setor que se beneficia com isso é o de logística. Com o uso de ferramentas inovadoras é possível ter um controle maior, rastreando todo o processo, desde a produção até o momento na qual o produto chega até o consumidor final. 

Certificações 

Com a concorrência, as exigências estarão cada vez maiores. É importante que a indústria farmacêutica esteja sempre adotando todas as exigências legais necessárias. 

Empresas com certificações ganham maior credibilidade no mercado e garantem o nível de qualidade para os seus consumidores estando preparadas para os Desafios das industrias farmacêuticas durante a pandemia.

Entre as principais estão: 

ISO 9001 

Essa norma é responsável pela gestão de qualidade e é a mais utilizada e conhecida no mundo. 

Ajudando na identificação de falhas no processo, ela mostra soluções que aumentam a satisfação do consumidor. 

É por meio dessas normas que as rotinas são organizadas, promovendo uma produção mais eficiente, melhora na comunicação interna e redução de riscos. 

ISO 14001 

É responsável pela gestão ambiental da empresa. Com a fiscalização ambiental se tornando cada vez mais rígida, é importante estar atento a questões legais e de qualidade. 

A ISO 14001 ajuda a empresa a organizar suas ações de acordo com a questão ambiental, visando a redução de matéria prima, conservação de recursos e retorno a curto, médio e longo prazo. 

ISO 45001 

Com foco na saúde e segurança ocupacional, as normas 45001 são responsáveis pela proteção da saúde física e mental do trabalhador. 

Entre os principais benefícios da aplicação dessas normas estão a redução de custos com acidentes trabalhistas e, portanto, a redução de prejuízos. Além da constante procura por melhorias na segurança da empresa. 

ISO 27001 

A ISO 27001 cuida das normas de segurança da informação.

Com os avanços tecnológicos, os dados sobre a empresa estão em maior risco, por isso desenvolver normas de segurança para cuidar desses dados é indispensável. 

Essas normas estão voltadas a tomada de decisões, qualidade das informações e desenvolvimento de um sistema de maior segurança. 

ISO 10015 

Aprovada em 1999, essa norma complementa a sessão de treinamento e conscientização da norma ISO 9001. 

A etapa de treinamento em uma empresa é o que prepara novos funcionários para novos cargos.

Assim a gestão da qualidade dessa etapa pode definir a qualidade do trabalho desenvolvido por essas pessoas no futuro. 

Sua aplicação diz respeito ao desenvolvimento e a implementação de treinamentos, assegurando a qualidade dos serviços ou bens da empresa. 

ISO 28000 

Relaciona-se a cadeia de distribuição dos produtos da empresa, ou da gestão da logística.

Essa área da empresa é responsável por otimizar armazenamento e entrega de produtos, tendo que estar atentos a prazos de validade, distâncias e formas de transporte adequadas. 

Mesmo antes da criação da ISO 28000 muitas empresas já seguiam um certo padrão de qualidade, porém a norma ajudou na regulamentação oficial, sistematizando o processo. 

ISO 16001 

Essa norma atende aos processos de responsabilidade social da empresa. Essa auditoria é feita baseada nos impactos causados pela empresa diante da sociedade e meio ambiente. 

Nessa norma são definidos padrões de transparência e ética que quando avaliados, contribuem para o respeito das expectativas das partes e para o cumprimento da legislação referente a sua área. 

Essa norma pode ser utilizada na indústria farmacêutica, pois ajudará a empresa a estar em conformidade com padrões internacionais, além de prezar pelo crescimento sustentável respeitando o bem-estar social. 

ISO 15378 

Estabelece os requisitos específicos para a aplicação da norma ISO 9001:2015, no que se refere aos requisitos de boas práticas de fabricação (BPF). 

Aplicáveis aos materiais de embalagens primárias para um sistema de gestão de qualidade (SGQ). 

Em que uma organização precisa demonstrar a capacidade de fornecer materiais para embalagens primárias destinadas a medicamentos que atendam de forma consistente aos requisitos regulatórios e de clientes, bem como às melhores práticas internacionais. 

A ISO 15378 aplica-se ao projeto, fabricação e fornecimento de materiais de embalagens primárias para medicamentos. 

A norma é genérica e destina-se a qualquer organização, independentemente do seu tipo ou porte, ou dos produtos e serviços que fornece. 

Principais Regulamentações 

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão regulador responsável por definir as normas em torno da indústria farmacêutica. 

A partir das resoluções publicadas, são estabelecidos os critérios de controle de qualidade na fabricação de medicamentos, entre outros aspectos. 

Em 2019, a RDC nº 301 atualizou as diretrizes de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, definindo o Sistema de Qualidade Farmacêutica (SQF) como forma de garantir as boas práticas determinadas na legislação, através da melhoria contínua dos processos. 

Além disso, outras resoluções como a RDC 430 (boas práticas de distribuição, armazenagem e transporte de medicamentos) e a RDC 257 também impactam no processo de controle de qualidade. 

Internacionalmente, a OMS também possui um guia para laboratórios de controle de qualidade de medicamentos. 

No documento, estão previstos todos os itens que permeiam as boas práticas de fabricação dos produtos farmacêuticos, exceto os envolvidos na análise de produtos biológicos, como vacinas e hemoderivados. 

Eficiência máxima para os Desafios das industrias farmacêuticas durante a pandemia

A indústria 4.0, ou quarta revolução industrial, é uma realidade em diferentes segmentos da indústria.  

Com a automação dos processos, é possível conseguir eficiência máxima de produção, gestão das máquinas 24 horas, otimização de tempo, entre outros benefícios.  

Trata-se de uma tendência que deve ser acompanhada, de perto, pelos profissionais do setor farmacêutico. 

Em nível nacional, a indústria farmacêutica implementa esforços para antecipar riscos de oscilações e garantir a integridade da cadeia global de medicamentos e insumos farmacêuticos. 

Globalmente, a mesma indústria tem protagonizado iniciativas essenciais de combate à Covid-19, com parcerias com governos e organizações internacionais, buscando ações efetivas, direcionadas ao paciente e à contenção do vírus. 

Será que a sua empresa está atendendo todos os requisitos necessários para os Desafios das industrias farmacêuticas durante a pandemia? 

E o principal, ela está preparada para o pós pandemia? Porque em algum momento o cenário irá mudar e quem ficou para trás terá uma grande corrida para conseguir se destacar e ganhar mercado.

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Jorge Pimenta

Copywriter, Coordenador de Marketing e Comunicação, em busca de um Brasil com mais qualidade #P1BMQ.

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