Você sabe como aplicar a indústria 4.0 na indústria de alimentos?

Esse conceito vem crescendo dia após dia. O setor alimentício não poderia ficar de fora desta transformação. 

As novas tecnologias que estão tomando conta do mercado também chegaram na indústria de alimentos. 

A transformação causa impacto em vários processos, indo desde os alimentos produzidos em laboratórios aos sistemas e equipamentos envolvidos na fabricação dos produtos. 

O surgimento da indústria 4.0 na indústria de alimentos 

A indústria 4.0 na indústria de alimentos teve o seu conceito inicial em 2011, na cidade de Hannover, localizada na Alemanha. 

O intuito era nomear um projeto onde as máquinas trabalhavam conectadas a determinados sistemas inteligentes e eram controladas de maneira remota ou autônoma. 

A expressão pode ser aplicada a um conceito de revolução industrial capaz de estabelecer novas ferramentas, formas e condições na vida social. 

Os parâmetros podem ser aplicados no ambiente de trabalho e em outros setores. Essa atividade é denominada a quarta revolução industrial. 

A nova revolução foi necessária e essencial para a implementação da indústria 4.0 na indústria de alimentos. 

Mas como entender o conceito da quarta revolução industrial? Para melhorar a compreensão precisamos fazer uma viagem histórica. 

As tecnologias disponíveis no século XVIII, impulsionaram o surgimento de um grande acontecimento denominado como a primeira Revolução Industrial. 

Em 1913 o planeta foi marcado pela chegada das linhas de produções voltadas ao mercado automobilístico, iniciando a segunda Revolução Industrial. 

Já a terceira Revolução Industrial começou em 1950, trazendo sistemas e ferramentas responsáveis pelos processos de automação. 

A quarta Revolução Industrial está iniciando e abrindo as portas para uma nova era no planeta, intitulada de revolução 4.0. 

O processo fortalece o conceito de utilização de máquinas que funcionam e operam sem a necessidade de manuseio humano. 

Após iniciar os trabalhos, as empresas e funcionários podem colocar o maquinário para funcionar destinando a eles 100% das ações que serão aplicadas em determinada função. 

O processo inclui identificação de possíveis falhas, correções a serem aplicadas e mudança nas funções de operação durante as atividades de trabalho. 

Indústria 4.0 na indústria de alimentos

O surgimento da indústria 4.0 na indústria de alimentos trouxe vários benefícios. As novas tecnologias permitem que veganos, vegetarianos e adeptos do movimento, se alimentem de carnes de animais sem ser necessária a realização do abate. 

Os laboratórios, cada vez mais equipados de máquinas inteligentes, permitem colocar em prática ações que antes eram pautadas apenas em estudos: a carnes já podem ser produzidas por meio de células extraídas dos animais. 

Há um grande benefício neste processo, pois algumas indústrias terão a possibilidade de produzir alimentos para um grupo social que antes estava fora de sua linha de alcance. 

Características da indústria 4.0 

– As máquinas detectam com antecedência possíveis falhas, facilitando a manutenção dos equipamentos. 

– Antecipação das demandas e equilíbrio nos processos produtivos. Dessa forma, ajuda a estabelecer melhores relações entre os clientes e os fornecedores. 

– Fornece informações de forma transparente devido ao processo de integração das máquinas. 

– Permite obter o controle e a atualização dos dados. 

– Possibilita a interatividade entre as empresas e os clientes, que podem entrar em contato por meio de aplicativos e novos canais de atendimento. 

Indústria 4.0 na indústria de alimentos: como se aplica? 

A indústria 4.0 na indústria de alimentos funciona de maneira similar aos outros setores industriais. Gestores, funcionários e maquinários devem buscar instrução no intuito de se adaptarem a esta nova forma de trabalho. 

As centrais responsáveis pelo processo de monitoramento são substituídas por equipamentos portáteis que possibilitam a utilização de sistemas on-line que apresentam controle total sobre as fábricas. 

A revolução no maquinário permite que os gestores tenham mais tempo disponível para conduzir as operações com maior autonomia. 

As máquinas e robôs também são responsáveis pela diminuição do quadro de funcionários, proporcionando a redução dos custos da empresa. 

O surgimento da indústria 4.0 na indústria de alimentos não transforma apenas as questões envolvidas nos processos industriais, mas altera o comportamento de fornecedores e clientes, que também têm a vida impactada pelo surgimento das novas tecnologias. 

Quais são os princípios básicos da Indústria 4.0 na indústria de alimentos? 

Alguns princípios básicos guiam esse novo paradigma da indústria e dão a dimensão do alcance e das mudanças que essa revolução traz ao mundo. Vejamos, então, quais são eles! 

Operação em tempo real 

Cada etapa da produção industrial recebe um sistema inteligente e interconectado a softwares de uso remoto. Assim, toda a operação é monitorada, gerenciada e modificada em tempo real, 24 horas por dia. 

Virtualização 

Por meio de sensores instalados em cada fase dos processos e transmissões sem fio, tudo é controlado remotamente a grandes distâncias. Isso permite, por exemplo, que gestores e diretores operem 100% de uma fábrica diretamente de suas casas, por meio de computadores, tablets e smartphones. 

Além disso, a virtualização cria simulações feitas com inteligência artificial em ambiente virtual, mas idêntico ao real. Dessa forma, todos os erros, melhorias e outros principais pontos podem ser checados com segurança antes da tomada de decisões na realidade. 

Descentralização 

Esse processo consiste nas próprias máquinas fazerem os seus checklists e fornecerem informações em tempo real aos gestores, tornando o trabalho deles muito mais produtivo. Cada máquina tem um módulo de inteligência artificial para avaliar seu status de funcionamento e enviar, de forma programada, análises e relatórios. 

Modularidade 

A modularidade é empregada de acordo com as necessidades de cada indústria, garantindo que os trabalhos sejam altamente eficientes e reduzindo custos. Na prática, isso funciona com módulos acopláveis às máquinas, de fácil manuseio. 

Ainda, tais aparelhos modulares permitem o deslocamento físico com facilidade, o que auxilia a organização das fábricas e de processos, em geral. 

Indústria de Alimentos

Os desafios da Indústria 4.0 

A entrada para a Indústria 4.0 envolve a atualização significativa das competências e capacidades digitais das empresas e implica em transformações em várias partes da organização.  

Antes de tudo, é necessário se digitalizar. Ter equipamentos e sistemas conectados, gerando e gerindo os dados.  

Medir para gerenciar continua como lei da administração. O desafio aqui é o grande investimento que indústrias precisam assumir para integrações de sistemas e aquisição de sensores e medidores inteligentes, que fazem a coleta e transmissão dessas informações para aí sim permitir a gestão.  

Por essa necessidade de Despesas de capital, e a dificuldade de comprovar engenharia de valor com sensores e medidores, muitos projetos de digitalização da indústria 4.0 são engavetados.  

A internet das coisas, por si só, não traz retorno, mas geram dados que ajudam a detectar oportunidades de melhoria que pagam a conta. 

 A grande questão é que na indústria (que ainda é bastante conservadora), essas iniciativas são tratadas como mais um projeto, precisando disputar por orçamento.

Muitas vezes pela ausência de um patrocínio de peso e pela dificuldade de comprovar o retorno financeiro, esses projetos não seguem em frente. 

Outro desafio é a infraestrutura de comunicação no chão-de-fábrica, que dificulta uma coleta e análise dos dados gerados de maneira eficiente e confiável.

Somado a isso, há o aspecto de equipamentos e hardwares de diferentes fabricantes, que não conversam entre si. A indústria pode até gerar a informação, mas está em silos e há o desafio de integrar e centralizar, trazendo o contexto do dado para ajudar nas tomadas de decisão. 

Os impulsionadores da mudança na indústria de alimentos 

Muitos fatores vão impulsionar a indústria de alimentos rumo à tecnologia e à automação, como por exemplo: 

Aumento das demandas dos consumidores: As preferências do consumidor mudaram e os fabricantes agora fornecem uma quantidade infinita de opções de produtos em novos segmentos, e em constante evolução.

Os consumidores ditam o caminho da indústria de maneiras distintas –desde o preço até a qualidade, passando por demandas mais específicas.

Cada vez mais, o mercado caminha para a direção de produtos mais saudáveis, que possam ser preparados rapidamente.  

Expansão da cadeia de valor – Há mais locais do que nunca para os consumidores comprarem produtos alimentícios –além do potencial e-commerce. O planejamento da cadeia logística será primordial neste sentido.  

Segurança Alimentar – A pressão para produzir alimentos seguros e de qualidade está aumentando. Os consumidores querem saber o que estão comendo e órgãos regulatórios estão aplicando regras mais rígidas.

A capacidade de rastrear o ciclo de vida de um produto e identificar rapidamente a origem das questões de segurança alimentar não é apenas uma responsabilidade legal dos produtores de alimentos, mas também uma obrigação social e ética para com seus consumidores.  

Pressões para melhorar as margens – A manufatura de alimentos é historicamente um negócio de baixa margem, portanto, gerenciar os custos é uma prioridade importante. No entanto, aumentar os custos de transporte e estoque, combinado com ciclos de vida mais curtos, dificulta isso. 

Os benefícios da indústria 4.0 na indústria de alimentos 

São muitos os benefícios da indústria 4.0 na indústria de alimentos. Entre eles podemos ressaltar alguns que apresentam grande impacto positivo: 

Total controle de produção 

A possibilidade de automação no sistema produtivo permite que o profissional tenha acesso a todas as informações que envolvem cada fase e atividade da cadeia de suprimentos. 

Aumento na margem de lucros 

A indústria 4.0 permite a redução dos custos e a diminuição dos riscos relativos à segurança, além de promover o aumento na produtividade. O cenário fornece a empresa um crescimento significativo nas margens de lucro. 

Personalização dos produtos 

Devido à inserção dos robôs permitida pelo uso das novas tecnologias no local de trabalho, é possível programar a fabricação de produtos diferentes e personalizados, para atender a vontade pessoal do cliente. 

Os produtos personalizados passam a ser fabricados em larga escala, ajudando a fábrica a elaborar novos negócios e impulsionar o lançamento de novas peças, sem comprometer o seguimento da linha de produção principal. 

Melhor capacidade de planejamento 

A inclusão das novas tecnologias permite que a linha produtiva da fábrica seja elaborada e testada de forma virtual. 

Após obter uma aprovação capaz de certificar que o projeto forneça resultados satisfatórios, a ideia é transferida para o mundo real, iniciando o processo de produção e fabricação. 

Qual é o cenário da indústria 4.0 no Brasil? 

O Brasil ainda vive uma parcela muito pequena da indústria 4.0 em todos os setores, de modo geral. 

A maior parte das indústrias que operam aqui contam com sistemas que datam das revoluções passadas, que instituíram equipamentos que exigem operação humana.  

Já outra parcela industrial, mais avançada, opera com maquinário robotizado, que demanda principalmente recursos mecatrônicos e de programação. 

Em comparação com países como Alemanha, Suécia, Noruega e Estados Unidos, o Brasil está muito defasado nesse quesito tecnológico. 

Como ficam os profissionais dentro da indústria 4.0? 

Com a alta entrada de novas tecnologias no mundo industrial, como ficam os empregos convencionais? Bom, é chegada a hora também de um novo perfil de profissional se adaptar a esse cenário que já se impõe. 

Hoje, qualificações técnicas não são mais diferenciais, mas sim requisitos mínimos para se operar na indústria 4.0. Habilidades em programação, TI, automação e análise de dados, por exemplo, são fundamentais para trabalhar em setores industriais. 

Além desse quesito, em um cenário em que há mais máquinas do que pessoas, o relacionamento entre colaboradores será altamente valorizado.

Qualidades interpessoais e pessoais como criatividade, relacionamento entre equipe, rápida tomada de decisões, coordenação de equipes e pensamento crítico são cruciais. 

Concluindo 

Seguindo esses parâmetros, a indústria 4.0 na indústria de alimentos permite que as fábricas sejam elaboradas com maior agilidade e menor investimento financeiro. 

As atividades de trabalho que envolvem a relação sadia entre o ser humano e a máquina melhoram os resultados previstos pela fábrica, permitindo aumentar os objetivos do planejamento. 

A indústria 4.0 na indústria de alimentos representa grandes possibilidades. O setor alimentício é responsável pela maior porcentagem de transformação no cenário das indústrias brasileiras. 

O setor estabelece um crescimento considerável para a economia do país e fornece crescentes possibilidades e oportunidades de aplicação da indústria 4.0, acentuando o conceito que envolve a quarta Revolução Industrial. 

Para se adequar as novas tecnologias, a fábrica deve se adaptar ou ser construída dentro dos padrões da manufatura e incluir em seus trabalhos um maquinário capaz de atender à crescente demanda. 

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Jorge Pimenta

Copywriter, Coordenador de Marketing e Comunicação, em busca de um Brasil com mais qualidade #P1BMQ.

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