Quando uma empresa enfrenta um problema, significa que algo no processo está desregulado – e é essa a importância de conhecer as causas das falhas. Além disso, os erros operacionais causam efeitos, que precisam ser corrigidos ou amenizados em ações estratégias anteriores a falha. Nesse contexto, entra a análise de causa e efeito para que a organização entenda as causas de um problema, e as suas consequências.
O que é análise de causa e efeito?
A análise de causa e efeito é uma metodologia para mitigar os riscos de um processo organização. Ela consiste em mapear as causas de um problema, e identificar os efeitos e consequência desse problema para, então, criar um plano de ação que corrija ou priorize esses erros.
Nesse sentido, existem diferentes métodos que colaboram para a análise de causa e efeito. Esses métodos possuem objetivos específicos diferentes, ou seja, fazem com que a análise seja mais pontual e, consequentemente, mais precisa. Assim, essa é uma metodologia que conta com a ajuda de inúmeras ferramentas de análise de riscos.
Entretanto, mesmo que a organização use diferentes métodos, é preciso ter em mente que uma análise de causa e efeito precisa mapear as causas raízes de um problema e identificar suas consequências, sendo essa a essência da metodologia.
Como fazer uma análise de causa e efeito?
Como a análise de causa e efeito é realizada por meio de diferentes métodos, a forma de como colocar a metodologia em prática, irá depender da ferramenta escolhida. Entretanto, como o objetivo macro é o mesmo, é possível prever etapas comuns em diferentes métodos de análise de causa e efeito:
1. Defina o problema
É muito importante que a análise considere apenas um problema por vez. Somar dois ou mais problemas fará com que as causas se misturem, e os efeitos se confundem. Dessa forma, teremos resultados imprecisos e ineficientes.
Portanto, na hora de fazer a análise de causas e efeitos, tenha em mente o detalhamento do problema analisado. É necessário que o problema seja preciso e direto, recriando o cenário em que o evento indesejado aconteceu.
2. Levante dados
Quando um evento indesejado acontece, é comum ouvir pessoas justificando o que ocorreu e atribuindo a culpa a máquina usada, a erros humanos ou outro item contextual. Mesmo parecendo um raciocínio lógico, não dá para ter certeza sobre uma causa sem análise de dados.
Por isso, é necessário ter meios para coleta e análise de dados. Novamente, a forma de levantar dados e os dados escolhidos irá depender das necessidades e da realidade da organização. O importante é que dados sejam colhidos e tratados.
3. Mapeie as causas
Analisando os dados, será possível fazer o mapeamento das causas raízes, encontrando os motivos que levaram uma falha ocorrer. Nesse sentido, o passo a passo do mapeamento das causas depende do método de análise escolhido.
4. Identifique os efeitos
Os dados também ajudarão a organização a entender os efeitos, ou consequências, de uma falha para as operações e os resultados do processo. Assim como o mapeamento de causas, a forma de identificar os efeitos vai variar de acordo com o método usado.
5. Escolha um método de análise que atenda às suas necessidades
O fato da análise de causa e efeito abranger diferentes métodos faz com que ela consiga resolver diversos problemas. Dessa forma, após fazer uma apuração completa das causas e dos efeitos dos problemas, é preciso escolher um método que atenda às necessidades da organização.
Essas necessidades variam de acordo com o contexto e as metas da empresa. Alguns métodos são melhores para descobrir causas raízes, enquanto outros são bons para priorização de problemas. Assim, define-se o objetivo da avaliação para, então, escolher o melhor método de análise de causas e efeitos.
Principais métodos de análise de causa e efeito
Existem inúmeros métodos de análise de causa e efeito, mas alguns são mais conhecidos que outros. Nesse sentido, fizemos uma lista com 5 dos métodos mais usados, que acabam sendo úteis para diferentes tipos de organizações e em diferentes contextos.
1. Diagrama de Ishikawa
O Diagrama de Ishikawa analisa as causas de um problema (ou de seus efeitos) separadamente. Dessa forma, o método considera 6 possíveis origens das causas raízes: meio, método, máquina, mão de obra, meio ambiente e material.
Quando usar:
É uma ótima ferramenta para descobrir as causas desconhecidas de problemas. Nesse sentido, ele oferece uma visão completa e detalhada sobre a contribuição de várias áreas organizações, destrinchando em partes estratégicas um problema.
Passo a passo:
- Descreva o problema com detalhes;
- Identifique as causas de cada uma das seis categorias;
- Adicione as subcausas, que contribuem para a causa raiz;
- Analise os resultados e crie planos de ação estratégicos.
Leia mais: Diagrama de Ishikawa: Desvendando causas raízes
2. Os 5 Porquês
Os 5 Porquês é um método que consiste em se perguntar o porquê de um problema ter acontecido até que a causa raiz seja encontrada. Entretanto, o número cinco no nome é apenas ilustrativo, e a pergunta deve se repetir até que a resposta chegue na causa raiz da questão.
Quando usar:
Esse método funciona muito bem em problemas mais simples, em que são poucas as áreas ou situações que contribuem para sua ocorrência. Além disso, os 5 Porquês é de uso rápido, ajudando na solução de problemas rotineiros, cotidianos.
Passo a passo:
- Defina o problema, com o máximo de detalhes;
- Pergunte “por que?” do problema ter acontecido;
- Repita a pergunta quantas vezes forem necessárias;
- Documente as respostas encontradas;
- Crie um plano de ação para lidar com as causas encontradas.
Leia mais: A metodologia dos 5 porquês: o que é e como aplicar essa técnica
3. Matriz FMEA
A Matriz FMEA ajuda na priorização das falhas de um sistema. A ferramenta ranqueia os problemas e seus efeitos de acordo com uma análise de gravidade, ocorrência e detecção, dando uma nota em cada uma dessas categorias.
Quando usar:
Essa é uma ferramenta especialmente moldada para análise de sistemas, com o intuito de descobrir suas potenciais falhas. Nesse sentido, a identificação prévia ajuda na priorização e na prevenção de erros e problemas durante o curso do sistema.
Passo a passo:
- Descreva o processo, com detalhes;
- Determina as potenciais falhas e os seus efeitos;
- Dê notas para as categorias de gravidade, detecção e ocorrência;
- Calcule o RPN, multiplicando os valores de gravidade x detecção x ocorrência;
- Crie planos de ação para lidar com as falhas e os efeitos mais graves.
Leia mais: Matriz FMEA: Análise de Falhas e Efeitos
4. Diagrama de Pareto
O Diagrama de Pareto é uma metodologia que entende que 20% das ações resultam em 80% das consequências. Assim, o método identifica as principais causas de um problema ou efeito e metrifica sua ocorrência, priorizando as causas que acontecem com maior frequência.
Quando usar:
Esse é um método que analisa as causas de um problema de uma forma mais profunda e específica, resultando em gráficos detalhados sobre os insights encontrados. Por isso, o Diagrama de Pareto costuma ser usado em problemas mais complexos, priorizando esforços para resolver problemas realmente urgentes.
Passo a passo:
- Descreva os problemas e os seus efeitos;
- Colete dados;
- Encontre as causas;
- Calcule a frequência e o percentual acumulado;
- Desenhe o gráfico do Diagrama de Pareto.
Leia mais: Diagrama de Pareto: Princípio dos 80/20 para melhorar resultados
5. Árvore de falhas
A árvore de falhas é uma ferramenta que encontra as causas raízes de um evento indesejado, mapeando todas as etapas que levaram esse erro/falha acontecer. Nesse sentido, ele determina o evento indesejado principal, os eventos intermediários, os eventos secundários e os eventos primários (que são as causas raízes).
Quando usar:
A análise da árvore de falhas também é um método de avaliação de problemas em processos ou sistemas. Ele faz o levantamento de todos os passos que levaram ao acontecimento do evento indesejado, assim como os erros no sistema e os seus principais efeitos.
Passo a passo:
- Definir o evento indesejado principal;
- Mapear os eventos relacionados;
- Definir o limite e o estado atual do sistema;
- Montar a árvore de falhas e fazer a análise;
- Criar planos de ação para lidar com os erros encontrados.
Leia mais: Análise da Árvore de Falhas: o que é, como fazer e exemplo
Automatize sua análise de riscos
A análise de falhas e efeitos tem um objetivo: proteger a organização de erros ou, dependendo do contexto, fazer com que as consequências desses erros sejam as menores possíveis. Em outras palavras, a análise de falhas e efeitos ameniza os riscos da organização.
O uso de diferentes métodos ajuda a fazer uma análise realmente completa, mas é preciso tomar cuidado no gerenciamento dos resultados, de forma que os riscos sejam realmente mitigados. Dessa forma, a melhor maneira de ter certeza de que a gestão de riscos está sendo colocada em prática, é pela automatização.
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