Pessoas constroem empresas. Diante dessa realidade, as organizações estão percebendo que precisam ouvir seus colaboradores e seus clientes para alinharem suas estratégias e construírem o melhor cenário possível para todos os envolvidos. As entrevistas estruturadas e semiestruturadas surgem como um guia que ajuda as empresas a coletarem e interpretarem esses valiosos depoimentos.
O que são entrevistas estruturadas e semiestruturadas?
Quando se fala em entrevista, é comum que as pessoas pensem naquele formato jornalístico, com um jornalista fazendo algumas perguntas para seu entrevistado, quase como uma conversa. Felizmente, essa não é uma noção equivocada, e ajuda muito no sentido de entrevistas dentro de empresas.
Uma entrevista pode ser entendida como uma conversa de perguntas e respostas entre duas ou mais pessoas. Nesse sentido, existe o papel do entrevistador, que faz as perguntas, e do entrevistado, que responde.
Dentro dessa noção simplista do que é entrevista, e trazendo essa conversa para a realidade empresarial, define-se dois importantes tipos de entrevista: a entrevista estruturada e a entrevista semiestruturada.
Entrevista estruturada:
A entrevista estruturada conta com um roteiro de perguntas definido. Dessa forma, na hora da entrevista, o entrevistador não pode mudar nenhuma vírgula das perguntas, e nem a ordem que elas são feitas.
Como as perguntas feitas são iguais para todos, a entrevista estruturada é muito útil quando há necessidade de comparar as respostas de duas ou mais pessoas. Dessa forma, podemos dizer que a entrevista estruturada iguala os entrevistados.
Entrevista semiestruturada:
A entrevista semiestruturada também conta com um roteiro de perguntas, mas ele não é tão rígido e pode ser adaptado no momento da entrevista. Dessa forma, a entrevista semiestruturada permite trocar a ordem das perguntas, incluir novas questões, pontuar as respostas com outras perguntas e por aí vai…
Assim, as entrevistas semiestruturadas são mais flexíveis e adaptáveis. Por isso, quando colocada em prática, ela se assemelha a uma conversa e acaba ficando bem mais fluida do que a estruturada. Portanto, usa-se muito a entrevista semiestruturada quando a conversa pode ser mais natural, sem tanta comparação de respostas.
Qual a principal diferença entre as entrevistas estruturadas e as entrevistas semiestruturadas?
Ler sobre os diferentes tipos de entrevistas costumam despertar uma importante questão: qual entrevista devo usar? Entrevistas estruturadas ou entrevistas semiestruturadas?
Bom, em primeiro lugar, precisamos definir a diferença entre as duas entrevistas:
- Entrevistas estruturadas: possuem um roteiro de perguntas definido, que não pode ser alterado no momento da entrevista.
- Entrevistas semiestruturadas: possuem um pré-roteiro de perguntas, que pode ser alterado de diferentes formas no momento da entrevista.
Quando usar as entrevistas estruturadas e as entrevistas semiestruturadas?
Certo, sabendo a principal diferença entre as duas entrevistas, é importante entender que o uso correto dos tipos de entrevista vai depender da intenção por traz daquela entrevista.
Como mencionado anteriormente, usa-se a regra geral de que as entrevistas estruturadas são melhores quando as respostas vão ser comparadas, uma vez que elas igualam os entrevistados, e as entrevistas semiestruturadas acabam sendo melhores para colher uma opinião mais aprofundada do entrevistado, já que realmente se parecem com uma conversa.
Com isso, podemos perceber que as entrevistas estruturadas são mais formais que as entrevistas semiestruturadas, que costumam deixar o entrevistado mais confortável.
Dessa forma, as entrevistas estruturadas em empresas podem ser interessantes para:
- Seleção e recrutamento;
- Avaliação de desempenho;
- Pesquisas de campo;
- Auditorias internas.
E as entrevistas semiestruturadas em empresas costumam ser melhores em casos como:
- Feedbacks;
- Ações para melhoria contínua;
- Desenvolvimento de projetos;
- Análise da cultura organizacional.
Apesar de mencionamos esses casos comuns, é importante levar em consideração que o que realmente guia a escolha entre entrevistas estruturadas e entrevistas semiestruturadas é o objetivo. Assim, dependendo da estratégia, uma ou outra entrevista pode ser relevante nesses e em outros cenários.
Leia também: Ciclo PDCA – O caminho para melhoria contínua nas empresas
Como fazer entrevistas estruturadas e semiestruturadas?
Não se esqueça: em primeiro lugar, você precisa definir um objetivo. Tenha em mente que as entrevistas estruturadas são melhores para comparação de respostas, enquanto as semiestruturadas geralmente aprofundam em um assunto, com um teor de conversa.
Nesse sentido, existem alguns recursos que podem ser interessantes na hora de montar uma entrevista para empresas. Alguns desses métodos funcionam em ambos os tipos de entrevistas, outros são melhor para um tipo específico.
Questionários:
Os questionários são uma lista de perguntas estruturadas, com o intuito de reunir informações. O mais comum é que o próprio entrevistado preencha o questionário, muitas vezes com o entrevistador longe.
Dessa forma, existe a opção de os questionários serem anônimos. Além disso, eles podem se compor de perguntas que demandam um maior desenvolvimento nas respostas. São mais usados nas entrevistas estruturadas e servem muito para pesquisas de satisfação, por exemplo.
Formulários:
Os formulários são muito semelhantes aos questionários. Eles são uma lista de perguntas que devem ser preenchidas pelo próprio entrevistador. Nesse sentido, o entrevistador pergunta ao entrevistado e anota suas respostas.
Suas características fazem com que os formulários sejam úteis para entrevistas estruturadas e semiestruturadas. Apesar de um roteiro pronto, o entrevistador pode incluir outras perguntas de acordo com o feeling das respostas. Por isso, geralmente usa-se os formulários para desenvolvimento de novos projetos, análise de cultura e até auditorias.
Games:
Sim, tem como fazer entrevistas com games. Para isso, cria-se um jogo em que os entrevistados vão jogando e respondendo as perguntas de acordo com as opções disponíveis e com a forma como ele interage com o espaço.
Por ser um game, e levar mais tempo para ser projetado, essa forma super criativa de entrevistas deve ser feita de forma estruturada. Entretanto, analisar como o entrevistado interage com o ambiente é uma maneira de abrir um pouco mais as respostas. Esse método está sendo muito usado por empresas na hora do recrutamento, principalmente como análise de fit cultural.
Entrevistas diretas:
As entrevistas diretas é a mais clássica de todas. É realmente uma conversa entre o entrevistador e o entrevistado. Por isso, elas encaixam tanto nas entrevistas estruturadas, quanto nas semiestruturadas (sendo melhor nessa segunda opção).
Nesse sentido, as entrevistas diretas servem para diferentes objetivos. O momento do feedback, com certeza, pede uma entrevista direta e semiestruturada, pois abre um espaço para que o colaborador realmente emita suas opiniões.
Entrevistas de campo:
As entrevistas de campo são feitas durante o momento em que o colaborador está executando suas tarefas, em seu ambiente de trabalho. Por isso, o interessante é que elas sejam semiestruturadas. O entrevistador deve analisar a forma como o colaborador trabalha, e ir encaixando as suas perguntas.
Dessa forma, as entrevistas de campo costumam ser ótimas para a construção de ações de melhoria contínua. Isso porque o entrevistador poderá perguntar e perceber diretamente quais as etapas dos processos que precisam passar por melhorias.
Diários de bordo:
Os diários de bordo são uma espécie de questionário a longo prazo. Os entrevistadores anotam suas perguntas e entregam para os entrevistados, que devem preencher o seu diário dentro de um prazo estipulado.
Dessa forma, eles acabam se enquadrando em entrevistas semiestruturadas, pois abrem um espaço para que os entrevistados expressem suas impressões e opiniões de forma livre. Além disso, é interessante usar os diários de bordo para feedbacks, desenvolvimento de projetos e ações de melhoria contínua.
Análise de caso:
Dentro do contexto de entrevistas, a análise de caso explora um determinado acontecimento, com o entrevistador coletando as impressões do entrevistado. Nesse sentido, as análises de casos combinam mais com entrevistas semiestruturadas.
As análises de caso são ótimas para explorar como um projeto se desenvolveu, por exemplo. Analisando, junto à equipe, quais foram os pontos altos e os pontos baixos dos projetos e suas tarefas, fica mais fácil alinhar as estratégias para os projetos futuros.
E as entrevistas não estruturadas?
Você provavelmente já ouviu falar em mais um tipo de entrevista: as entrevistas semiestruturadas. Pois bem, essas entrevistas são realizadas sem nenhum roteiro de perguntas, é realmente no improviso, apenas levando em consideração apenas o objetivo da entrevista, o contexto e o perfil do entrevistado.
Apesar de não formalizar um roteiro, o entrevistador pode pensar previamente nas perguntas que quer fazer, e deixar o bate papo ir fluindo no momento da entrevista. Entretanto, é necessário ter muito cuidado para a conversa não ficar sem rumo e sair do objetivo da empresa.
Por ser muito fluida, as entrevistas não estruturadas geralmente não são usadas dentro das organizações. Tirando em algumas estratégias de RH, esse tipo de entrevista acaba não sendo tão interessante para empresas, porque saem facilmente do assunto e do objetivo proposto, e costumam gastar muito tempo.
Quais são as melhores perguntas para entrevistas estruturadas e semiestruturadas?
Pode parecer um tanto quanto repetitivo, mas a resposta é: depende de seu objetivo. Entretanto, preparamos algumas dicas gerais que irão te ajudar a estruturar as perguntas da sua entrevista:
Entrevistas estruturadas:
- Crie perguntas objetivas: as perguntas devem ter uma clara intenção. Geralmente, elas podem ser respondidas com poucas palavras, não sendo nada subjetivas.
- Use uma linguagem simples e direta: o entrevistado precisa saber sua intenção com aquela pergunta. Para isso, é preciso fazer a pergunta sem rodeios, com uma linguagem simples e direta.
- Se atente a ordem das perguntas: a ordem das perguntas deve seguir uma sequência lógica. Isso ajuda o entrevistado a desenvolver seu raciocínio e dar respostas mais coerentes.
Entrevistas semiestruturadas:
- Crie perguntas a partir de um tema: as perguntas das entrevistas semiestruturadas dão pano para manga. Por isso, elas não precisam ser tão objetivas, e não precisam ficar fechadas a um assunto específico.
- Explore suas perguntas: coloque um “como?”, um “por que?” e outras perguntas que instiguem o entrevistador a realmente discorrer sobre o assunto tratado.
- Faça perguntas abertas: as perguntas mais abertas, como “o que você acha disso?” ou “como você se sentiu em relação a isso?” abre margem para respostas completas, que podem ajudar muito o entrevistador a analisar as suas repostas.
Como analisar os resultados?
Com a entrevista pronta, nem sempre é fácil analisar as respostas. Essa dificuldade costuma aparecer com mais relevância nas entrevistas semiestruturadas, que pode receber respostas um tanto quanto subjetivas. Por isso, na hora de fazer a análise dos resultados, é importante seguir algumas dicas.
Em entrevistas estruturadas:
- Use gráficos ou planilhas para quantificar as respostas;
- Crie relatórios com os resultados das respostas;
- Transforme as respostas em dados;
- Identifique as respostas mais comuns;
- Identifique as respostas que mais se opõem.
Em entrevistas semiestruturadas:
- Transcreva as entrevistas;
- Separe as respostas pelos temas que você analisar;
- Resuma as respostas;
- Identifique respostas comuns;
- Identifique respostas opostas.
Onde armazenar as suas entrevistas?
As entrevistas em ambiente coorporativo geram insights valiosos para a criação de estratégias, mas onde guardar esses resultados? Com o Módulo Formulários, do Docnix, você digitaliza qualquer formulário, quiz, questionário, pesquisa ou outros tipos de entrevista feitos em sua organização.
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