A figura do líder está mudando. Grandes empresas estão investindo em lideranças horizontais, que fazem uma gestão colaborativa. Nesse sentido, surge a Management 3.0, uma metodologia que ensina os gestores a criarem lideranças significativas, de forma que todos da equipe tenham voz ativa e impactem diretamente nos resultados do negócio. O método visa fazer com que a liderança seja de todos, sem virar uma bagunça generalizada.  

O que é Management 3.0?  

Management 3.0 é um método de que tem como foco uma gestão centrada em pessoas. Ou seja, de forma geral, essa ferramenta acredita que os negócios se desenvolvem através de todos os seus colaboradores. Por isso, as decisões devem ser tomadas em conjunto, as responsabilidades pelas decisões são compartilhadas e todos precisam saber como operar diversos recursos em funções variadas.  

A metodologia foi pensada por Jurgen Appelo, que explicou sua ferramenta no livro “Management 3.0: Leading Agile Developers, Developing Agile Leaders” que, em português, significa algo como líderes ágeis desenvolvedores que desenvolvem líderes ágeis. Assim, é possível entender, logo de cara, que o pensador propõe uma gestão horizontal, sem que haja uma hierarquia rígida.  

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Quais são os princípios do Management 3.0? 

A prática do Management 3.0 dentro das empresas se desenvolve a partir de 6 princípios indispensáveis. Nesse sentido, eles devem seguir como guias para os líderes desenvolverem uma gestão realmente horizontal, com a colaboração ativa de todos os membros do time.  

  • Colaboradores engajados: engajar os colaboradores é, sem sombra de dúvidas, a maneira mais eficiente de fazer com que eles se envolvam com as decisões da empresa. Dessa forma, os gestores devem estudar maneiras de incentivar sua equipe, fazendo com que ele tenha a vontade de entrar de cabeça nos projetos da empresa.  
  •  Times emponderados: uma gestão colaborativa pede times que tenham autonomia em suas tarefas. Claro que decisões devem ser feitas em conjunto, mas é crucial ter colaboradores que saibam fazer sua função por si só e tenham bagagem o suficiente para pensar em estratégias que, de fato, melhorem seus próprios processos. Treinamentos, cursos e palestras ajudam bastante a empoderar equipes.
  • Limitações e restrições combinadas: decisões colaborativas não significam desordem. A equipe deve combinar com seu gestor quais são os limites da autonomia e quais são as restrições que os membros desse time têm dentro do universo organizacional.  
  • Desenvolvimento das devidas competências: o desenvolvimento das competências dos colaboradores é um princípio essencial para que os outros princípios possam se desenvolver. Por isso, os gestores devem estar sempre pensando em formas de desenvolver as skills de sua equipe.
  • Devidos recursos e estruturas: os profissionais devem estar em espaços e possuir os recursos necessários para que eles desempenhem suas funções e desenvolvam sua autonomia. É importante considerar que esses recursos se adaptam ao contexto de cada organização.
  • Melhoria contínua: nem o time, nem o gestor serão perfeitos. Os erros devem ser vistos como lições para melhorar continuamente os processos, a liderança e a autonomia da equipe. 

Como implementar o Management 3.0? 

O Management 3.0 parece, em um primeiro momento, um método de total responsabilidade dos gestores. Isto é, fazer com que uma equipe tenha autonomia, desenvolva suas competências, respeite os limites e ainda sejam engajados nos projetos não é nada fácil.  

Dessa forma, apesar do método pensar em envolver todos os colaboradores nas decisões do negócio, o trabalho de fazer com que todos se envolvam fica na mão dos gestores.  

Nesse sentido, é de suma importância que a implementação do Management 3.0 seja apoiada pela Alta Direção, sendo inclusive uma das diretrizes principais do código de cultura da empresa. Assim, a mentalidade dos colaboradores já vai sendo trabalhada para um sistema de gestão não rígido e nem hierárquico, facilitando muito o trabalho dos gestores.  

Além disso, a implementação do Management 3.0 deve contar com as seguintes etapas: 

1. Feedback constante: 

Criar um ambiente envolvente, em que todos se sentem livres para emitir suas opiniões, só é possível com muita conversa e preparação. Nesse sentido, a melhor forma de fazer com que as pessoas se sintam confortáveis para expressar suas opiniões é criando uma cultura de feedback.  

A cultura de feedback não deve ser apenas o líder falando com seu liderado, e é importante que gestores também se coloquem na posição de estuda sobre sua gestão. Incentivar os membros da equipe a te avaliarem é uma forma de demonstrar que você confia e valoriza a opinião deles.  

2. Invista em capacitação: 

Não tem fundamento deixar sua equipe emitir opiniões e se responsabilizar por grandes decisões se eles não têm as skins necessárias. Assim, mais do que os deixar livre, é preciso fazer com que eles se desenvolvam profissionalmente. E aí que surge a capacitação.  

Nesse sentido, a capacitação pode ser desenvolvida de inúmeras formas. Cursos, palestras, workshops e até webinars… tudo que faça sua equipe crescer e desenvolver suas habilidades está valendo. Ainda com a intenção de promover um ambiente saudável e de comunicação, indicamos que várias pessoas façam o mesmo curso e promovam uma roda de conversa.  

3. Crie um ambiente de trabalho saudável: 

Um ambiente de trabalho saudável é, em poucas palavras, aquele que todos se respeitam e gostam de estar. Dessa forma, como um líder, é sempre bom evitar rispidez, constrangimentos ou situações desconfortáveis em um ambiente que deve ser de comunicação e união.  

Algumas técnicas para criar esse ambiente de trabalho giram em torno da promoção de jogos para os colaboradores se conhecerem. Além disso, pensar em comprar lanches para toda a equipe e fazer dinâmicas descontraídas também são táticas muito valorizadas.  

4. Delegue funções: 

Não é porque todos possuem responsabilidade conjunta sobre as grandes decisões da empresa que os colaboradores devem ficar sambando em suas funções. Claro que um dos fundamentos do Management 3.0 é que os membros da equipe sendo autossuficientes e capazes de lidar com os diferentes desafios, mas isso não quer dizer que eles não tenham suas próprias responsabilidades.  

Assim, é de suma importância que um gestor saiba, acima de tudo, delegar funções e administrar o andamento das tarefas de uma forma que o liderado tome consciência de suas ações e saiba desenvolver suas atividades da melhor forma possível.  

5. Analise os indicadores de performance: 

Os indicativos de performance mostram se as ações tomadas por uma empresa em prol de determinado objetivo estão dando certo ou não. Se dentro da metodologia Management 3.0, todos os envolvidos têm responsabilidade sobre as decisões, todos eles devem também participar do monitoramento de resultados.  

Nesse sentido, é superinteressante que o gestor faça reuniões periódicas só para analisar os KPIs com seus liderados, de forma que todos entendam em qual fase os projetos estão e se os resultados estão sendo positivos e, caso negativo, todos podem pensar em ações para melhorar essa performance.  

6. Incentive os colaboradores:  

Quando temos um projeto, principalmente se ele é importante para nós, acabamos segurando-o como um filho, não deixando ninguém tocar para não estragar o seu planejamento, certo? Apesar dessa atitude ser comum e extremamente normal, ela não se encaixa dentro do Management 3.0, afinal: se todos vão se responsabilizar pelas ações, todos devem participar do planejamento.  

Assim, você como gestor deve incentivar os seus liderados a se envolveram diretamente com a estratégia por trás dos processos. Principalmente em um mundo corporativo que em breve todos os processos serão automatizados, as pessoas que trabalham com você precisam entender a lógica que constrói seus processos, e não somente como executá-los.  

7. Esteja aberto a ideias: 

Ainda pensando nessa nossa mania de tratar os projetos como filhos, muitas vezes fechamos o ouvido e a cabeça para novas ideias e, assim, acabamos perdendo a chance de melhorar consideravelmente os nossos próprios resultados.  

Estar aberto a ouvir as ideias de seus liderados é, sobretudo, uma forma de reforçar e estabelecer como real todas as outras ações tomadas dentro da metodologia Management 3.0.  

Vale lembrar que essas ações são adaptáveis e vão mudar de acordo com o contexto da empresa, se adequando ao que mais funciona com os colaboradores daquela organização. Por isso, não se prenda a roteiros, e vá estudando a forma como sua equipe mais se engaja e apresenta bons resultados dentro do Management 3.0. 

Nesse sentido, existe um site com diversos jogos, materiais e ferramentas (inclusive gratuitas) que ajudam os gestores a se envolverem melhor com os seus liderados. Ele se chama Management 3.0 e possui atividades e certificações para indivíduos e para empresas.  

Por que aplicar o Management 3.0? 

Pode ser difícil desvincular a ideia da gestão vertical e hierarquizada, principalmente na cabeça dos gestores que já estão no mercado há muito tempo. Essa mentalidade de que “em time que está ganhando não se mexe”, atrasa inúmeras empresas, que não desenvolvem seu potencial de desempenho completo por medo das falhas. É preciso, para ontem, que as organizações confiem em seus colaboradores.  

Dessa forma, podemos levantar alguns benefícios do Management 3.0 que justificam sua aplicação em empresas de diferentes segmentos. Os principais benefícios são:  

  • Retenção de talentos;  
  • Redução de turnover;  
  • Processos otimizados;  
  • Desenvolvimento profissional; 
  • Decisões colaborativas; 
  • Diversidade de ideias.  

Quando aplicar o Management 3.0? 

Nem sempre é um bom momento para mudar totalmente a forma como se gere uma equipe. Nesse sentido, a aplicação do Management 3.0 acaba sendo mais efetiva e funcionando da melhor maneira em alguns ocasiões específicas, como:  

  • Início de novos projetos;  
  • Times com colaboradores mais jovens;  
  • Times com funções compartilhadas;  
  • Onboarding de novos talentos.  

Claro que essa forma de gestão pode ser aplicada em outros momentos. Entretanto, é interessante ter em mente a necessidade de se adaptar as técnicas de Management 3.0 para o momento e o contexto da empresa.  

Você tem coragem de desapegar do controle? 

O Management 3.0 nos ensina que uma boa liderança se preocupa com sistemas, e não com pessoas. Por isso te damos um conselho valioso: desapega! Você não precisa mais ser o guardião dos controles, nem mesmo checá-los e organizá-los manualmente, passando horas e horas checando planilhas e comparando dados.  

Com o Docnix, nosso Software de Gestão da Qualidade, você pode compartilhar documentos com sua equipe, mas rastreando o histórico de atualizações e controlando acessos. Estamos aqui para te ajudar a acabar com o retrabalho e com os erros operacionais, automatizando os processos e acompanhando resultados.  

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“Cobrar é tão chato quanto ser cobrado” A cobrança é maçante para todos os lados. Você não precisa ser o gestor que cobra o tempo inteiro, um bom líder colhe resultados espontaneamente. O contrário é verdadeiro: não deixe ninguém te cobrar, pois você sabe de suas responsabilidades, certo?  

Vamos conversar um pouco sobre a cobrança no meio corporativo? 

Amanda Chaves

Profissional com experiência em desenvolvimento de conteúdos que contribuam com as empresas e profissionais para otimizarem seus resultados.

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