Sabe aquela premissa de que muitas cabeças pensam melhor do que uma só? Frases de efeito só ficam famosas se tiverem um fundo de verdade. É esse o caminho que a técnica Delphi acredita: o método une especialistas para discutir sobre um problema e definir o futuro de um projeto organizacional.
O que técnica Delphi?
A técnica Delphi é um método usado para prever cenários futuros de projetos. Para isso, faz-se perguntas para especialistas sobre suas impressões a respeito dos próximos passos do projeto em específico, com o intuito de juntar as opiniões em comum.
Dessa forma, com a coleta de opiniões qualitativas, os peritos refletem sobre os tópicos apresentados com o intuito de chegar a um consenso, diminuindo consideravelmente o número de cenários possíveis.
O método foi pensado ainda na década de 1950 por dois matemáticos: Norman Dalkey e Olaf Hermes. Na época, o intuito era prever os desdobramentos da Guerra Fria, principalmente no campo da tecnologia. As discussões dos especialistas ajudariam na tomada de decisões importantes.
Como funciona a técnica Delphi?
A prática da técnica Delphi ocorre com uma discussão entre peritos para responderem questões sobre o futuro, riscos e impactos de um determinado projeto. Nesse sentido, não existe um número fechado de especialistas envolvidos, o que realmente importa é a qualidade de suas habilidades e competências. Entretanto, as empresas costumam escolher de 5 a 10 especialistas.
A técnica Delphi funciona por meio de, no mínimo três, rodadas de perguntas. Nessas rodadas de perguntas, os especialistas devem emitir suas opiniões sobre determinados aspectos do projeto, ajudando os responsáveis a ajustarem as estratégias e diminuírem riscos e eventos indesejados.
Ao final, faz-se um relatório com as respostas dos especialistas. A função desse relatório é encontrar opiniões em comum, um consenso entre os peritos. Assim, será possível entender o caminho mais seguro para o projeto.
Como usar a técnica Delphi?
Existem algumas especificidades importantes para garantia de uma técnica Delphi eficiente. Dessa forma, para usar a técnica Delphi, recomenda-se seguir o passo a passo e se atentar às características de cada etapa:
1. Definir o problema
A técnica Delphi tem o intuito de reunir especialistas para discutir sobre uma determinada questão. Assim, para que as respostas sejam produtivas, chegando a resultados satisfatórios, essa questão precisa estar muito bem delimitada.
Dessa forma, definir o problema em pauta é o primeiro passo quando for colocar em prática a técnica Delphi. Nessa fase, será necessário:
- Definir claramente o problema;
- Definir os parâmetros para análise dos especialistas;
- Conferir se o problema é abrangente o suficiente para gerar discussão;
- Conferir se todos compreendem a questão-problema.
2. Definir o facilitador
Na técnica Delphi, o facilitador assume uma função de mediação. É ele quem irá mediar as rodadas de perguntas com os especialistas, coletará as respostas e fará a análise dos resultados. Ao final, é comum que o facilitador tenha que entregar um relatório contando o processo de uso do método.
O papel do facilitador pode ser feito por qualquer profissional que conheça sobre o assunto e o problema tratado pela técnica Delphi. Geralmente, o gestor da área é quem assume essa função. De qualquer forma, o facilitador deve:
- Ser neutro quanto aos resultados da técnica, não tenho interesse nos objetivos;
- Ter conhecimento sobre coleta e análise de dados;
- Saber mediar pesquisas investigativas.
Algumas empresas optam por formar um grupo de apoio para ajudar o facilitador. Essa é uma ótima opção, já que fazer uma mediação sozinho é uma tarefa bem complexa. Dessa maneira, um grupo preparado e treinado será um ótimo apoio.
3. Definir os especialistas
Com o problema e o facilitador definidos, chega o momento de definir o painel de especialistas da técnica Delphi. O time de especialistas pode conter diferentes tipos de pessoas, como membros da equipe do projeto, consultores ou mesmo determinados clientes.
O importante mesmo é que os especialistas tenham conhecimentos ou habilidades relacionados ao problema em questão. Além disso, as empresas costumam escolher pessoas confiáveis para esse papel, que responderão as perguntas da melhor forma possível, visando o sucesso da organização.
Alguns teóricos defendem que os especialistas devem ser anônimos, para que não haja nenhuma influência em suas respostas. Portanto, se essa forma fizer sentido para a empresa, é importante considerar que o processo será mais longo e a logística mais complexa – nesse caso, não se faz uma reunião entre os especialistas.
4. Iniciar as rodadas de perguntas
Antes de iniciar as rodadas de perguntas, é necessário ter em mente que não há número limite de rodadas de perguntas. Geralmente, três rodadas é o suficiente, mas elas devem se repetir até os especialistas chegarem a um consenso.
Além disso, as respostas devem ser simples e diretas. O intuito é que o facilitador tenha em mãos comentários diretos, de forma que seja possível analisar os pontos em comum nas respostas dos especialistas. Por isso, as empresas costumam usar questionários ou enquetes na técnica Delphi.
Dessa forma, as três primeiras rodadas de perguntas seguem da seguinte forma:
- Primeira rodada de perguntas: A primeira rodada de perguntas é mais light. O facilitador deve aplicar perguntas amplas, com o intuito dos especialistas emitirem suas opiniões mais gerais. Ainda assim, é preciso cuidar para não haver comentários grandes e desnecessários, que costumam fugir do tema central.
- Segunda rodada de perguntas: Depois da primeira rodada de perguntas, o problema irá ser destrinchado em outras questões mais pontuais. Dessa forma, a segunda rodada servirá para a resposta dessas perguntas mais específicas. Nesse momento, o facilitador deve identificar as opiniões contrárias.
- Terceira rodada de perguntas: O foco da terceira rodada de perguntas é na divergência de opiniões. Dessa forma, o intuito da terceira rodada é fazer com que as opiniões dos especialistas se aproximem, chegando a um consenso. Nesse sentido, é também nessa fase que se decide sobre riscos do projeto e níveis de segurança.
- Outras rodadas de perguntas: Como mencionado, casos mais críticos vão precisar de mais rodadas de perguntas. Assim como a terceira rodada, essas rodadas adicionais terão a intenção de aproximar as opiniões, ajudando os especialistas a chegarem em um consenso sobre o tema.
4. Tomada de decisão
Após as rodadas de perguntas, o facilitador deverá analisar as respostas e chegar a uma decisão final, especificada em um relatório. Nesse sentido, o cenário ideal é o dos especialistas chegando a um consenso que seja suficiente para guiar os próximos passos do projeto.
A decisão dos especialistas deverá servir como base para a estruturação de estratégias e de planos de ação relacionadas ao projeto em análise. Dessa forma, as respostas precisam, principalmente, considerar os riscos e as oportunidades do negócio.
Como fazer o questionário da técnica Delphi?
Para fazer o questionário da técnica Delphi, é importante estar atento aos seguintes detalhes:
- Perguntas simples e diretas: é interessante evitar opiniões longas com comentários que desviem do foco. Por isso, faz-se perguntas mais simples e diretas, com respostas objetivas.
- Perguntas com classificação: aquelas perguntas como: “ranqueie de 0 a 10” ou “o quanto você concorda com tal afirmação” podem ajudar a manter o formulário simples e direto.
- Perguntas em ordem lógica: recomenda-se que a ordem das perguntas siga uma ordem lógica, se complementando.
- Questionários curtos: questionários muito longos cansa e costumam sair do foco. Assim, é bom mantê-los com o menor número de perguntas possível.
Lembre-se: a primeira rodada de perguntas é mais ampla, a segunda rodada de perguntas mais específica e a terceira rodada de perguntas foca nos riscos e tem o intuito de conciliar as opiniões, chegando em um consenso. Pense nisso na hora de elaborar as perguntas.
Os questionários da técnica Delphi são entrevistas estruturadas. Por isso, indicamos nosso artigo sobre o assunto:
Leia também: Como usar as entrevistas estruturadas e semiestruturadas no seu negócio?
Quando usar a técnica Delphi?
As vantagens e desvantagens da técnica Delphi faz com que seja interessante que ela seja usada em determinados momentos, sendo os principais quando:
- Os projetos possuem muitos possíveis cenários;
- A empresa precisa de opiniões especializadas e objetivas;
- Há necessidade de elaborar ou revisar estratégias sobre um projeto;
- A empresa precisa solucionar conflitos gerados por divergências de ideias.
Além disso, é bom evitar o uso da técnica Delphi quando:
- A empresa não possui muito tempo para elaborar e colocar o método em prática;
- Os especialistas não estão disponíveis para responder o questionário;
- Não se tem recursos para analisar as respostas.
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