Desde o primeiro trimestre de 2020 está sendo marcado por momentos de tensão mundial, por conta da pandemia causada pelo vírus Covid-19, pertencente à família do Corona vírus, portanto neste artigo vamos abordar sobre a gestão de riscos e logística na pandemia.

Os primeiros caso foram registrados em dezembro do ano de 2019, na cidade de Wuhan na China e, assim, foi espalhando para o resto do mundo.

A OMS, diante do cenário de alto contágio da nova doença, declarou estado de emergência, sinalizando o alto risco a nível global.

Países fechando os portos, aeroportos e fronteiras, cidades inteiras sendo isoladas, centros comerciais fechados temporariamente, grandes eventos sendo cancelados ou adiados.

O mundo entrou em quarentena e o impacto na economia dos países mais atingidos, como na China, Itália, Irã e Estados Unidos, começou a ser sentido no mundo corporativo.

Como exemplo, o fato de a China ocupar o 2º lugar no ranking da economia mundial, fez com que a queda de exportações e importações do país gerasse nas indústrias, inclusive a brasileira, falta de ativos e desvalorização de commodities.

Mas o que as empresas podem fazer para superar uma possível recessão econômica e sair sem grandes prejuízos?

Não há como evitar e correr dos riscos em situações como esta, mas amenizar os impactos é necessário e possível com uma boa gestão de riscos.

Como a gestão de riscos pode fazer diferença em meio à crise?

Segundo a ISO 31000, a gestão de riscos consiste em um conjunto de ações coordenadas e estruturadas estrategicamente com o objetivo de prevenir e controlar potenciais riscos dentro de uma organização.

Para que ela alcance resultados positivos é preciso estar aliada a um sistema de gestão de qualidade.

Não basta apenas considerar os custos x benefícios, mas deve-se prezar pela manutenção da seguridade e confiança dos serviços mesmo em cenários críticos.

Quando implementada, a gestão de riscos deve ser integrada a todos os processos organizacionais, sendo essencial em todas as tomadas de decisões.

Dessa forma, grandes desastres e perdas de ativos materiais e humanos podem ser evitados.

A exemplo de cenários de pandemias, temos em primeira instância os governos nas tomadas de decisões que terão um grande impacto em todos os setores.

Como as ações de contenção e mitigação decretada pelos estados para achatar a curva de contágio do Covid-19 na população.

Erros como não classificar corretamente os riscos e não determinar as ações preventivas executando-as de forma efetivas podem gerar danos irreparáveis, como o que aconteceu com a Itália ao demorar identificar o nível de circulação do vírus no país.

Os níveis de contágio e morte, pelo Corona vírus, atingiram níveis elevados, sobrecarregando o sistema de saúde pública.

Sendo assim, é indispensável uma gestão de risco de qualidade em qualquer setor administrativo, projeto e empreendimento.

Mas não fique esperando pelas autoridades para agir na iminência de riscos. Antecipe os cenários, trace estratégias e coloque em prática.

Etapas de execução da Gestão de Risco 

O gerenciamento dos riscos de um projeto, segundo o Guia PMBOK, 6º edição, inclui

“os processos de condução do planejamento, da identificação, da análise, do planejamento das respostas, da implementação das respostas e do monitoramento dos riscos em um projeto”.

As etapas de execução consistem em:

1º Planejar o Gerenciamento dos Riscos:

Primeiro é preciso definir como irá conduzir as atividades do gerenciamento dos riscos, para isso é preciso compreender o contexto e fatores ambientais da organização.

Reunir toda a documentação do projeto, buscar opiniões especializadas e assim construir um plano.

2º Identificar os Riscos:

É o processo de identificação dos riscos individuais de cada área ou projeto da empresa e de documentar suas características.

Ou seja, será feito um mapeamento e compreensão dos riscos

3º Realizar a Análise Qualitativa dos Riscos:

Neste processo é realizado a categorização dos níveis de importância dos riscos, através da avaliação de sua probabilidade de ocorrência e impacto, assim como outras características.

4º Realizar a análise quantitativa dos riscos:

O processo de analisar e avaliar os impactos e os efeitos que podem ser causados pelos riscos;

5º Planejar as Respostas aos Riscos:

Nesta etapa é desenvolvido alternativas, seleção de estratégias e acordo de ações para lidar com a exposição geral de riscos, e também tratar os riscos individuais de cada projeto.

6º Implementar Respostas a Riscos:

Os planos acordados de resposta aos riscos são colocados em prática.

7º Monitorar os Riscos:

Essa é etapa já é iniciada com anterior, pois é preciso monitorar a implementação de planos acordados de resposta aos riscos, acompanhar riscos identificados, identificar e analisar novos riscos, e avaliar a eficácia do processo de risco ao longo do projeto.

Agora que você já sabe as etapas processuais para iniciar o gerenciamento de riscos na sua empresa, fique atento para não cometer os erros mais comuns cometidos na avaliação de riscos: 

Não analisar todas as áreas:

É muito comum que organizações priorizem uma área e negligencie outras.

A melhor sugestão é mapear os riscos em todas áreas internas e, também, externas.

Tudo o que pode gerar algum dano físico, organizacional e processual deve ser considerado e gerenciado com a devida atenção.

Por exemplo, priorizar apenas estratégias para evitar perdas de ativos materiais e não planejar ações que priorizem a saúde de seus colaboradores.

O “home office” é um bom exemplo de ações que podem ser incentivadas pelas organizações em meio a uma pandemia.

Dessa forma, os colaboradores ficam mais seguros, níveis de contágio dentro da empresa são suprimidos e as atividades não são encerradas.

Deixar de documentar a gestão de riscos:

O gerenciamento de risco precisa ser documentado de forma completa. Desde o mapeamento, diagnósticos, soluções e etapas de implantação.

É importante, também, documentar as incidências dos riscos e quando elas ocorrem.

Caso futuramente haja a reincidência de um risco já enfrentado, a organização terá uma memória das ações que foram tomadas, se tiveram sucesso ou não, auxiliando no novo processo de tomadas de decisão visando melhorias.

Nesse processo ter um software para a gestão de riscos pode fazer toda a diferença e auxiliar na gestão de ocorrências.

Não dar continuidade:

A organização traça todas as ações e etapas para o gerenciamento de risco, mas quando chega a hora de colocar em prática não dá continuidade.

Se não houver a sua execução e manutenção, mitigando os riscos antigos e diagnosticando novos não será possível alcançar resultados esperados.

Em meio a um mundo globalizado em que um vírus se torna multinacional podendo atacar economias e abalar a estabilidade de grandes e pequenas corporações, é preciso levar a sério a gestão de risco e observar se está utilizando as ferramentas corretas.

Dessa forma, sendo ágil na gestão de risco dentro de sua organização, será possível transformar a realidade do seu negócio e, o mais importante, proteger pessoas.

A logística nos tempos de Pandemia

No dia 26 de fevereiro era confirmado o primeiro caso do novo Corona vírus no Brasil.

O estado de alerta presente em outros países com casos diagnosticados passou a fazer parte não só do cotidiano dos brasileiros, mas principalmente das grandes e pequenas empresas.

De lá pra cá, uma série de medidas foram tomadas, a nível federal, estadual e municipal.

Todos as áreas e setores, como da saúde, segurança e meios de comunicação se mobilizaram diante do que agora vemos como uma pandemia global.

O vírus Covid-19 é de rápido contágio, principalmente em situações de aglomeração.

Portanto, a primeira ação em massa foi a de isolamento social voluntário, passando a ser lei a não abertura de instituições de ensino e estabelecimentos comerciais considerados não essenciais.

Os serviços básicos como farmácias, supermercados e padarias continuaram abertos, afinal, mesmo em isolamento as pessoas precisam de alimentos, de produtos de higiene e cuidado pessoal para sobreviverem.

E para que todos esses produtos estejam disponíveis aos consumidores, a cadeia de logística precisa estar funcionando.

Atualmente, o Brasil ocupa o top 5 de maiores malhas rodoviárias do mundo e, consequentemente, o número de operações logísticas com grande quantidade de mercadorias por quilômetros rodado é elevado.

Logística no cenário de crise

O sistema de logística, principalmente o de transporte rodoviário de cargas, é fundamental para o funcionamento da economia neste momento.

Se esse setor para, é certo a declaração de calamidade pública, como aconteceu em 2018, ano em que o Brasil parou por dez dias devido à greve dos caminhoneiros.

No entanto, apesar da crise e queda no fluxo de clientes no varejo, a crise provocou um aumento de compras por meio da internet, principalmente nas categorias de alimentos, bebidas, higiene e saúde.

O medo pela falta de mantimentos, fez com que a população corresse para os mercados deixando as prateleiras vazias, antes abarrotadas de itens como álcool em gel e papel higiênico.

Desafios e tendências da gestão de riscos e logística na pandemia

Apesar da instabilidade e incertezas do momento, este é um cenário que oferece oportunidades únicas para as organizações do setor desenvolverem operações para atuar nos meios digitais.

Mais do que nunca, a necessidade de estar à frente, dominando o mercado virtual e adotando as características de uma Indústria 4.0, foi notada pelas empresas de todo o país.

A busca pela indústria 4.0 na logística teve um crescimento considerável na última década, mas é neste momento em que o setor percebe a importância de processos de produção inteligentes por meio das tecnologias.

Dessa forma, a saída para o segmento logístico é aproveitar a tecnologia 4.0 a seu favor para melhor atender a demanda em tempos de crise, tornando seu serviço mais ágil, eficiente e lucrativo.

A tendência é a de que se invista cada vez mais em automatização aumentando a produtividade e tornando as operações cada vez mais eficientes.

Entre as soluções que viabilizam esse novo cenário podemos citar:

Big Data:

Geração de dados de transações financeiras por diferentes tipos de sensores e medidas, redes sociais e outras fontes que aumentam exponencialmente em termos de volume, variedade e velocidade.

Design e Customer Experience:

Soluções baseadas na empatia com o consumidor e nos desejos e emoções das pessoas que irão usar o produto.

Interligação entre valores humanos, tecnologia e negócios.

Internet das Coisas e M2M “máquina a máquina”:

Tecnologias que permitirão que os objetos da vida cotidiana estejam conectados à internet e entre si, agindo de modo inteligente e sensorial.

Conexão de máquinas para máquinas e de máquinas com ferramentas, que permitirá um novo alcance de aplicações para melhorar a produtividade e aumentar a eficiência.

Realidade Ampliada ou Realidade Aumentada:

Permite que o usuário interaja com o mundo dentro da tela, mesmo estando fora dela.

É um ambiente que envolve tanto realidade virtual como elementos do mundo real, criando um ambiente misto em tempo real.

Quantified Self:

Autoconhecimento por meio de números auto monitoramento.

Algoritmos criados para analisar de forma inteligente os números e transformá-los em informações que podem auxiliar nas tratativas de problemas e gestão de riscos.

Autenticação Biométrica:

Tecnologias que medem e analisam as características do corpo humano, tais como impressões digitais, retinas e íris, padrões de voz e faciais e medições de mão, para fins de autenticação.

Observação: Muitas vezes ligadas ao incremento da segurança das informações, confidencialidade e compliance.

Machine Learning (médio prazo):

O aprendizado de máquina (em inglês, machine learning) é um método de análise de dados que automatiza a construção de modelos analíticos.

É um ramo da inteligência artificial baseado na ideia de que sistemas podem aprender com dados, identificar padrões e tomar decisões com o mínimo de intervenção humana.

Inteligência Artificial:

A inteligência artificial é um ramo de pesquisa da ciência da computação que busca, através de símbolos computacionais, construir mecanismos e/ou dispositivos que simulem a capacidade do ser humano de pensar, resolver problemas, ou seja, de ser inteligente.

Perguntas inteligentes, escolhas eficientes

Diante dos desafios do momento, é preciso tomar as melhores decisões tanto na gestão de riscos e logística na pandemia.

É fundamental analisar os movimentos da Logística 4.0 no cenário da crise, fazendo perguntas inteligentes: “Como o comportamento das pessoas e organizações podem mudar?

Quais dessas mudanças continuarão após a crise e como elas afetarão sua organização?”.

Para isso, uma boa gestão de riscos e logística na pandemia, com alta qualidade podem ser essenciais para definir o rumo de sua organização no mercado.

Conclusão sobre a gestão de riscos e logística na pandemia

O combate contra a pandemia vem evoluindo bastante, com a chegada de vacinas e mais estudos sobre o comportamento do vírus.

Porém ainda vivemos um cenário instável, com a chegada de novas variantes, decretos sendo alterados constantemente de acordo com os números em cada estado/país.

Citamos neste artigo alguns pontos sobre a gestão de riscos e logística na pandemia é fundamental para evitar um colapso no sistema mundial.

A situação desde quando a pandemia início já está bem diferente hoje, mas ainda não acabou e ela deve servir de exemplo para que as organizações possam estar preparadas para situações parecidas no futuro e assim minimizar os danos.

Pensando em como podemos contribuir para isto, a Docnix possui um módulo voltado para a gestão de riscos, o Doc Risk, clique aqui e conheça mais.

Jorge Pimenta

Copywriter, Coordenador de Marketing e Comunicação, em busca de um Brasil com mais qualidade #P1BMQ.

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