Desde a década de 60, as 7 ferramentas de gestão da qualidade têm sido amplamente conhecida e utilizadas na gestão da qualidade por empresas do mundo inteiro. Elas foram reunidas e divulgadas por Kaoru Ishikawa, um grande nome da qualidade, conhecido por sua inspiradora filosofia e pela criação do diagrama de causa e efeito.

Dentro da gestão da qualidade, as ferramentas desempenham um papel muito importante no controle e melhoria contínua de processos. Aliadas a uma liderança eficaz dentro de uma abordagem sistêmica com foco no cliente e envolvimento colaborativo de pessoas, as ferramentas podem transformar a realidade de um serviço ou produto de uma organização.

Você com certeza já conhece ou ouviu falar de pelo menos uma das 7 ferramentas da qualidade. Mas caso não conheça ou queira saber mais, neste artigo iremos apresentar cada uma delas, mostrando a sua importância e aplicabilidade.

As 7 ferramentas de gestão da qualidade são:

  • Fluxograma

  • Folhas de Verificação

  • Diagrama Ishikawa

  • Diagrama de Pareto

  • Histograma

  • Diagrama de Dispersão

  • Carta de Controle

Fluxograma

O fluxograma é uma ferramenta que ilustra de forma clara e objetiva as etapas de um processo. Através dele, pode ser encontrado o melhor caminho para desenvolver um serviço. Um diagrama de fluxo, também tem como característica oferecer uma visão geral das tarefas e como elas se relacionam.

A estrutura de um fluxograma é composta de símbolos geométricos, indicando as tarefas/operações, ligados por flechas que sinalizam a direção do fluxo e hierarquia das etapas. Possui uma notação e simbologia própria indicado o que cada símbolo representa.

A vantagem de utilizar esta ferramenta está na identificação dos melhores caminhos para um processo que será iniciado. Através dela, é possível construir diversas variações de etapas de execução de uma mesma atividade e, assim, encontrar a forma mais eficiente e produtiva de as colocarem em prática. Portanto, com o desenho de processos em mãos, será muito mais simples apresentar a equipe a visão geral de um projeto. O fluxograma, também, pode ser utilizado em processos que estão em andamento através de um comparativo do estado atual e como deveria ser, dessa forma pode ser identificado falhas e implementar melhorias.

Na história

Em 1921, os engenheiros Frank e Lillian Gilbreth, apresentaram o primeiro gráfico de fluxo de processos a Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos. A aplicação teve uma boa aceitação, passando a fazer parte do currículo do curso de engenharia. Hoje o fluxograma está presente nas mais simples a complexas organizações.

Saiba Mais: No modelo de diagrama de fluxo para mapeamento de processos temos a notação BPMN, Business Process Model and Notation, amplamente utilizada no mundo dos negócios. O modelo possui padronização dos símbolos e uma terminologia e técnica de modelagem uniformizada, podendo ser entendida por diversos profissionais.

Folhas de verificação

A folha de verificação é uma ferramenta amplamente usada nas práticas diárias de muitas pessoas, conhecida popularmente por “check-list”. É um método simples, que tem o principal objetivo é verificar se os itens dispostos na lista foram devidamente atendidos e cumpridos.

Diversos tipos de listas podem ser produzidos, isto irá depender da necessidade de cada empreendimento. Por exemplo, criar uma lista específica para verificar se processos de produção de um serviço estão sendo executados de forma correta ou não. A lista pode ser aplicada diariamente ou no período definido pelo gestor. A partir da verificação da lista pode ser analisado os itens rigorosamente e identificar os riscos para que medidas sejam tomadas.

Apesar de parecer um método bem simples, a ferramenta tem se mostrado eficiente na gestão da qualidade.

Diagrama Ishikawa

Diagrama de Ishikawa, conhecido também como Espinha de Peixe, por causa do formato como pode ser visto na ilustração acima, ou Diagrama de Causa e Efeito foi uma ferramenta desenvolvida por Kaoru Ishikawa, no ano de 1943, com a finalidade de explicar para o grupo de engenheiros da indústria japonesa Kawasaki Steel Works, como vários fatores de um processo podem estar inter-relacionados.

Está é uma ferramenta de grande valor e, o melhor, de fácil aprendizagem e implementação. A principal funcionalidade é identificar as possíveis causas de causa de um problema. Sua estrutura serve de guia para investigar profundamente, permitindo chegar a um fator fundamental e, portanto, possibilita que medidas corretivas eficientes sejam adotadas.

Para colocar em prática, primeiro é definido as características do problema a ser analisado. Logo depois, nos retângulos das espinhas maiores os problemas primários que afetam o problema. Nas espinhas médias as causas secundárias que afetam as causas primárias e, nas espinhas pequenas, as causas terciárias que afetam a espinha anterior.

O diagrama de Ishikawa, pode ser conhecido também como Diagrama 6M, já que originalmente era proposto para sistemas industriais o uso de 6 categorias para a análise, sendo elas: máquina, materiais, mão de obra, meio ambiente, método e medidas.

Uma técnica que pode ser utilizada como apoio junto com a ferramenta é o “brainstorming”. Afinal de contas, durante a construção do diagrama é importante ter o maior número de pessoas envolvidas com o efeito, especialista do assunto, para que nada seja esquecido.

Gráfico de Pareto

Gráfico ou Diagrama de Pareto, é a ferramenta ideal para identificar e priorizar ocorrências. O gráfico é composto por um primeiro conjunto de barras representando os problemas, dispostas em ordem decrescente de acordo com a frequência da ocorrência. O segundo conjunto é representado por uma linha que representa a porcentagem acumulada da ocorrência, calculada pela soma do percentual da causa com o percentual da causa anterior.

O diagrama é baseado no Princípio de Pareto, elaborado, em 1987, pelo economista e sociólogo italiano Vilfredo Pareto. O estudo mostrava a grande desigualdade de renda em Milão, apontando que 80% da renda estava concentrada nas mão de apenas 20% da população. Logo depois, Joseph Juran aplicou o princípio na área da qualidade e percebeu que o mesmo conceito poderia ser aplicado. Conclui-se que poucas causas eram as responsáveis pela grande parte dos problemas.

Portanto, o gráfico de Pareto, tem justamente o objetivo de identificar essas poucas causas que se resultam na maioria dos problemas. Dessa forma, é possível identificar o que deve ser prioridades nas tomadas de decisões.

Histograma

Para área da qualidade é muito importante saber a variabilidade das características dos produtos e serviços oferecidos. Isto porque, naturalmente ocorre essa flutuação nos dados, por exemplo, as notas de satisfação do cliente ou tempo de entrega do produto. No entanto, com o controle estatístico desses dados é possível obter um padrão dessas ocorrências.

O histograma tem, exatamente, essa função e por isso está entre as 7 ferramentas da qualidade. A ferramenta, em formato de gráfico de barras, dispõe a frequência dos valores de determinada grandeza dentro de um intervalo de tempo. Veja o exemplo simples abaixo, da variação de notas de satisfação do cliente:

Para realizar o histograma será preciso coletar as informações durante um intervalo de tempo, pode ser usado um . Determinar o número de categorias e os intervalos ou classes entre elas. E organizar os dados, colocando a frequência no eixo vertical e as categorias no eixo horizontal. Conforme a complexidade do dados, tem se a necessidade de outros cálculos como para definir o comprimento de cada intervalo e os limites inferior e superior de cada um.

Diagrama de Dispersão

O diagrama de dispersão é uma ferramenta que mostra a relação entre duas variáveis. Composto geralmente de uma variável X de natureza dependente e uma Y de natureza dependente, é possível analisar os efeitos da variação da primeira na segunda.

Um exemplo de situação seria analisar a relação do clima de determinada região com a adesão de painéis solares. Há também casos em que se pode usar o diagrama para confirmar ou não se de fato há relação de causa e efeito entre as variáveis. As conclusões podem ser de correlação positiva (as duas aumentam), negativa (uma aumenta e outra diminui) ou nula (não há um padrão na dispersão).

Para produzir o diagrama de dispersão, o indicado é reunir pelo menos 30 pares (x,y) de observação. Registrar os dados em uma tabela. Na construção do gráfico, no eixo horizontal (x) será colocado a variável independente e, no eixo vertical (y), a variável independente.

Sempre que realizar os gráficos, isto serve para as outras ferramentas também, coloque título, período de coleta, identificação e unidade de medida de cada eixo e o nome do responsável pela produção do diagrama.

Carta de Controle

Ao falarmos sobre o histograma, percebemos que é inevitável a variabilidade em qualquer produto ou serviço oferecido. Essas variações podem tem inúmeras causas, como a decorrente em alterações da matéria prima, clima, mão-de-obra, entre outros. Portanto, a carta ou gráfico de controle tem a finalidade de monitorar a variabilidade e avaliar a estabilidade dos processos. Dentro dessa avaliação, os processos podem sofrer variação de dois tipos:

Causas Comuns ou Aleatórias: são variações ocorridas por causas naturais do processo, ou seja, elas estarão presentes mesmo que todas as etapas sejam realizadas conforme os padrões.

Causas Especiais ou Assinaláveis: são decorrentes a um evento particular que podem interferir negativamente na qualidade do produto.

O gráfico de controle é composto pela:

Linha média (LM): valor médio da característica da qualidade sob controle. Indica que o processo está apenas com ocorrências de causas comuns.

Limite inferior de controle (LIC) e Limite Superior de controle controle (LSC): valores limites que indicam que os processos estão sob controle. O registro de valores fora dessas linhas limites indicam a presença de causas especiais que precisarão de atenção.

Dessa forma, a carta de controle, a nossa última das 7 ferramentas da qualidade, é essencial para mostrar como os processos se comportam ao longo dos tempos e identificar quando um processo precisa ser ajustado. Os gráficos podem ser do tio de Controle para Variáveis, quando a característica da qualidade é expressa por um número de escala contínua, ou Controle para Atributos, quando os números representam a quantidade de produtos que possuem determinada característica, como um defeito. Portanto, a escolha vai depender da característica ser analisada.

Conclusão

Essas foram as 7 ferramentas da qualidade, consideradas as mais importantes e eficientes para um Sistema de Gestão da Qualidade, caso queira obter mais conhecimentos sobre ferramentas, boas práticas e conhecimentos da qualidade, acesse nosso blog. Em conclusão, podemos perceber que a maioria pode ser complementar uma das outras e a escolha vai depender das necessidades da empresa e da capacitação profissional em desenvolver esses métodos para a gestão dentro da organização.

Selina Jania

Jornalista pela UFG, busca por meio da comunicação efetiva e simples, levar a empresas e profissionais uma visão social da qualidade.

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