A Análise Preliminar de Risco ou de Perigos, conhecida como APP ou APR, é uma ferramenta usada na gestão da qualidade de empresas. Ela ajuda bastante a identificar os riscos associados a uma determinada atividade, processo ou mesmo tarefa.
A APR é uma das ferramentas mais importantes para a gestão da qualidade, uma vez que permite que as empresas avaliem possíveis perigos associados às suas atividades e, assim, consigam implementar medidas preventivas para reduzir ao máximo ou eliminar de vez esses riscos.
O que é Análise Preliminar de Risco? (APR)
A Análise Preliminar de Risco é uma técnica que tem como principal função identificar os riscos e perigos associados a uma atividade, processo ou tarefa. Nesse sentido, a ferramenta é bem útil para avaliar os perigos potenciais que podem ocorrer durante a realização desses procedimentos. Eles fornecem uma base de informações confiavéis para as empresas adequarem seus processos e, assim, garantirem melhoria contínua.
Assim, a APR é uma poderosa ferramenta para a gestão da qualidade, possibilitando que as empresas avaliem os riscos associados às suas atividades e planejem e coloquem em ação medidas preventivas para reduzir ou eliminar esses riscos. Entre os benefícios da APR, é possível citar: maior segurança dos colaboradores e redução de riscos e perdas financeiras associadas a acidentes de trabalho.
Como funciona a Análise Preliminar de Risco?
A construção de uma APR é feita por um processo sistemático, que envolve as seguintes etapas:
01 – Identificação da atividade, processo ou tarefa a ser analisada:
O primeiro passo para construir uma APR é definir a atividade, o processo ou a tarefa que passará pela análise. É importante que esse procedimento esteja muito bem delimitado, estruturado e detalhado, de forma a evitar qualquer confusão referente ao processo.
Nesse sentido, a empresa deve pensar no escopo da análise. Aqui, são identificados os objetivos esperados com o uso da ferramentas e da análise. Com essas determinações, será mais fácil usar as métricas de monitoramento adequadas e construir uma APR efetiva para seus fins.
02 – Identificação dos riscos associados à atividade, processo ou tarefa:
Absolutamente todos os possíveis riscos devem ser colocados dento da APR. A empresa precisa identificar os possíveis perigos associados à atividade, processo ou tarefa, definindo quais são as fontes e causas desses potenciais riscos e prevendo a gravidade das consequências e a probabilidade de ocorrências desses riscos.
Como essa identificação pede um grau de detalhamento mais profundo, indica-se usar uma outra ferramenta para ajudar na avaliação. Nesse caso, a Matriz GUT pode ser bastante útil na avaliação da gravidade dos riscos.
Leia mais: Matriz GUT: Como priorizar e resolver problemas?
03 – Avaliação dos riscos:
Sabendo as características, a gravidade e as chances de acontecer dos riscos, é possível fazer uma avaliação e estudo mais profundo sobre esses potenciais perigosos. Nesse momento, as empresas devem encontrar maneiras de eliminar ou reduzir esses riscos, criando medidas preventivas estratégicas que se adequem ao contexto da empresa e do processo avaliado.
Dessa forma, não é exagero falar que essa é uma das fases mais complicadas de toda construção da APR. Encontrar soluções é um trabalho que demanda muito estudo e muita pesquisa, especialmente de mercado. Por isso, é comum que a avaliação dos riscos e construção de planos de ação preventidos sejam as atividades mais demoradas da APR.
04 – Definição das medidas preventivas:
A fase de avaliação de riscos serve, especialmente, para que os responsáveis pela Análise Preliminar de Riscos pensem em soluções para planos de ação preventivos. Tendo todas as ideias configuradas e delimitadas, chega o momento de realmente definir quais serão as medidas preventivas específicas adotadas pela empresa.
Assim, faz-se na quarta fase o planejamento completo dessas medidas preventivas, pensando no escopo detalhado, a distribuição de funções para a equipe responsável, o prazo da medida e até os recursos necessários. Dessa forma, é importante considerar a necessidades dessas medidas estarem em conformidade com a realidade e o contexto da empresa.
05 – Implementação das medidas preventivas:
Após o planejamento, chega o momento de colocar em prática todas as definições sobre as medidas preventivas. Portanto, a implementação das medidas preventivas acaba sendo o começo dos resultados e dos frutos do APR.
06 – Monitoramento dos resultados:
A sexta etapa da APR é monitorar os resultados da implementação das medidas preventivas. Isso envolve a avaliação dos resultados da implementação das medidas preventivas e a identificação de oportunidades de melhoria.
APR na gestão da qualidade
APR é uma ferramenta importante para a gestão da qualidade, pois permite que as empresas avaliem os riscos associados às suas atividades. Assim, elas podem implementar medidas preventivas para reduzir ou eliminar esses riscos. Ao realizar uma análise preliminar de risco, as empresas podem identificar e avaliar os riscos potenciais associados às suas atividades, processos ou tarefas..
A implementação da APR pode ajudar as empresas a melhorar a segurança de seus colaboradores e reduzir o risco de perdas financeiras associadas a acidentes de trabalho. Além disso, a APR também pode ser usada para avaliar os riscos associados aos produtos ou serviços oferecidos pela empresa e definir os planos de ação necessários para garantir a qualidade e a segurança desses produtos ou serviços.
A APR também é importante para a gestão de projetos. Com uma análise preliminar de risco, as empresas podem identificar os potenciais riscos associados a um projeto e definir as medidas preventivas necessárias para reduzir ou eliminar esses riscos. Isso pode ajudar a garantir que o projeto seja concluído dentro do prazo, dentro do orçamento e com os resultados esperados.
Nesse sentido, a APR pode ser usada em várias áreas da empresa, incluindo:
- Produção;
- Manutenção;
- Transporte;
- Logística;
- Saúde;
- Segurança do trabalho;
- Gestão ambiental.
Em cada uma dessas áreas, a APR é útil para identificar os riscos potenciais e definir as medidas preventivas necessárias para garantir a qualidade e a segurança das atividades realizadas. Vale ressaltar que a APR não é uma técnica isolada, mas parte de um processo maior de gestão da qualidade. Assim, para que a APR seja eficaz, é necessário que a empresa tenha um sistema de gestão da qualidade bem estruturado e que os colaboradores estejam capacitados para realizar a análise preliminar de risco.
Como fazer uma Análise Preliminar de Riscos?
Para ilustrar como a Análise Preliminar de Risco pode ser utilizada na prática, vamos dar um exemplo de sua aplicação em uma empresa de construção civil. Suponha que a empresa esteja iniciando a construção de um edifício de dez andares em uma região central da cidade.
Nesse sentido, o primeiro passo é reunir uma equipe multidisciplinar composta por engenheiros, arquitetos, técnicos em segurança do trabalho, eletricistas e encanadores para realizar a análise preliminar de risco. A equipe deve avaliar todos os riscos associados à construção do edifício, desde a movimentação de materiais até a instalação de equipamentos elétricos e hidráulicos.
Durante a análise, a equipe deve considerar todos os possíveis cenários de risco e definir as medidas preventivas necessárias para reduzir ou eliminar esses riscos. Por exemplo, a equipe pode identificar o risco de queda de materiais do alto do prédio durante a sua construção, o que pode causar ferimentos graves nos trabalhadores ou pedestres que estejam passando pela rua.
Nesse caso, as medidas preventivas podem incluir a instalação de barreiras de proteção nas bordas das lajes do prédio, o uso de redes de proteção e o treinamento dos trabalhadores para que manuseiem os materiais com segurança.
Outro exemplo de risco que pode ser identificado durante a análise preliminar é o risco de incêndio, principalmente nas etapas finais da obra, quando a instalação elétrica e hidráulica estiver sendo finalizada.
Para esse exemplo específico, a empresa em questão poderia preencher com os riscos e medidas de controle definificos o seguinte modelo de APR:
Logo:
Nesse caso, as medidas preventivas podem incluir a instalação de sistemas de detecção e combate a incêndio, treinamento dos trabalhadores em relação ao uso desses sistemas, e a verificação constante do estado das instalações elétricas e hidráulicas.
Após identificar e avaliar todos os riscos associados à construção do edifício, a equipe deve definir as medidas preventivas e corretivas necessárias para reduzir ou eliminar esses riscos.
Além disso, é importante a implementação e o monitoramento constante dessas medidas para garantir que a construção tenha segurança e qualidade.
Em resumo:
A Análise Preliminar de Risco é uma ferramenta importante para a gestão da qualidade nas empresas, permitindo a identificação e avaliação dos riscos associados às atividades realizadas e a definição de medidas preventivas e corretivas para minimizar ou eliminar esses riscos.
Com a implementação da APR, as empresas podem melhorar a segurança de seus colaboradores, reduzir perdas financeiras associadas a acidentes de trabalho, garantir a qualidade e a segurança dos produtos ou serviços oferecidos e mesmo aumentar a produtividade dos colaboradores, uma vez que haverá uma significativa redução de erros e retrabalho.
Portanto, é fundamental que as empresas tenham um compromisso forte com a segurança e a qualidade, buscando constantemente a melhoria de seus processos e atividades. Assim, a APR deve ser parte integrante de um sistema de gestão da qualidade bem estruturado, que inclui a definição de objetivos, a identificação de processos, a definição de indicadores, a implementação de ações preventivas e corretivas, a avaliação de desempenho e a melhoria contínua.