Empresas experientes sabem que existe uma linha bem tênue entre diminuir desperdícios e otimizar processos – um acaba sendo consequência do outro. Se essas duas melhorias estão tão relacionadas, então por que não unir dois métodos em um para alcançar tanto a otimização de processos, quanto a diminuição de desperdícios? É exatamente esse o papel do Lean Six Sigma! 

O que é Lean Six Sigma?  

O Lean Six Sigma é uma metodologia de união entre o método Lean e o Six Sigma. O método tem como objetivo diminuir os desperdícios na linha de produção, deixando apenas o que agrega valor ao produto, ao mesmo tempo que otimiza os processos, evitando ao máximo desvios de padronização. 

Assim, é possível dizer que o Lean Six Sigma deseja alcançar a perfeição no resultado de produtos e serviços com o mínimo de custo possível, diminuindo recursos desnecessários para a qualidade do resultado. 

Método Lean  

O Método Lean Manufaturing foi traduzido para o português como “Produção Enxuta”. O nome faz bastante sentido! O principal objetivo desta metodologia é diminuir consideravelmente os desperdícios na produção de uma empresa, ao mesmo tempo que aumenta a qualidade da entrega para os clientes.  

Esta metodologia surgiu no Japão, mais precisamente no Sistema Toyota de Produção, ainda no século XX. Usando este método, a empresa japonesa era capaz de produzir a quantidade correta de produtos (sem faltas ou desperdícios), com baixo investimento e, ainda assim, atendendo altos requisitos de qualidade.  

Falar em baixo investimento pode causar um certo estranhamento. Em um primeiro momento, é comum parecer que o sucesso só pode ser alcançado gastando muito dinheiro. A Toyota, com o método Lean, mostrou que essa é uma inverdade! Nesse sentido, seu baixo investimento, visando redução de desperdícios, diminuiu retrabalho e aumentou a qualidade dos produtos.  

Como aplicar o método Lean?

O método Lean se divide em 5 principais fases:  

  1. Definição de Valor: O que o meu cliente busca no meu produto ou serviço?  
  2. Mapeamento do Fluxo de Trabalho: Em qual etapa da produção este valor é inserido no produto ou serviço?  
  3. Criação do Fluxo: Quais etapas são desnecessárias e não agregam nenhum valor ao produto e, portanto, é um desperdício? 
  4. Elaborar um Sistema Puxado: Construa uma linha de produção que elimine todas as etapas e recursos que não atendem o valor do produto final.  
  5. Melhoria Contínua: A análise deve ser feita repetidamente. Novos desperdícios sempre serão encontrados. A busca por melhoria contínua é garantir que a qualidade cresça de forma progressiva.  

Método Six Sigma  

O Método Six Sigma, ou Seis Sigma, tem como principal objetivo tornar os resultados de uma empresa os melhores possíveis, a meta é alcançar a perfeição! Para isso, ele se utiliza de uma base estatística a partir de dados obtidos durante os processos da linha de produção. Ele foi implementado pela primeira vez na Motorola, em meados de 1986. 

O Six Sigma considera que a melhor forma de alcançar a perfeição é diminuindo o desvio nas operações. Quanto menos variações nos processos, melhor serão os resultados. Assim, podemos dizer que é como uma conta matemática: usando uma mesma fórmula, os resultados serão iguais. Claro que o Six Sigma considera melhoria contínua, mas os processos devem ser anteriormente analisados para o alcance de um produto com qualidade mensurável.  

Como aplicar o método Six Sigma?

Não há nenhuma determinação específica como colocar a metodologia Six Sigma em ação. Geralmente são usadas ferramentas de suporte que são aplicadas de forma direcional para alcançar o foco do Seis Sigma. De forma geral, a ferramenta DMAIC é usada, e os passos de aplicabilidade são:  

  1. Definição: A fase de definição serve para documentar todas as informações dos processos da empresa. Também é hora de definir qual o objetivo é verificar onde as variações estão acontecendo.
  2. Medição: Sabendo em qual fase os defeitos estão acontecendo, é momento de medir a taxa de erros nos produtos. 
  3. Análise: Com as taxas de defeitos medidas, é preciso fazer a seguinte análise: como podemos diminuir as variações nos processos e determinar uma padronização na linha de produção que alcance bons resultados? 
  4. Melhoria: Novamente, a fase de melhoria consiste em repetir o ciclo de melhoramento do produto. Entretanto, não é viável mudar a linha de produção de uma hora para outra, é preciso passar por todas as outras etapas.  
  5. Controle: O controle serve para que os gestores possam acompanhar os resultados como um todo. Esse é o momento de determinar se as melhorias estão, de fato, alcançando a (quase) perfeição.  

Leia também: O Poder do Six Sigma: Aumentando a Eficiência e a Qualidade nas Organizações 

Como aplicar o Lean Six Sigma? 

A aplicação do Lean Six Sigma é, na prática, a união da aplicação dos métodos Lean e Six Sigma. Dessa forma, a determinação das melhorias nos processos que visam alcançar perfeição deve ser feita com foco em diminuir consideravelmente os desperdícios nessa linha de produção.  

Assim como o Six Sigma, o Método Lean Six Sigma não tem uma forma fechada de aplicação. Por isso, outras ferramentas de gestão servem como um suporte para alcançar o objetivo final: reduzir desperdícios e otimizar processos. Nesse sentido, as ferramentas mais usadas são: 

As melhores ferramentas para Lean Six Sigma:  

As ferramentas de gestão que atendem o Lean Six Sigma podem ser usadas separadamente, em conjunto ou mesmo uma por vez para diferentes objetivos. Assim, as mais usadas são: 

DMAIC  

DMAIC é uma sigla para definir, medir, analisar, melhorar e controlar. Nesse sentido, cada uma dessas fases serve para encontrar os erros nas linhas de produção, assim como detectar possíveis pontos de desperdício.  

01. Definir: Explicar, detalhadamente, qual é o problema encontrado, quais são as possíveis soluções, quem será a equipe responsável e quais são os recursos disponíveis; 

02. Medir: O plano de correção deve ser mensurável. A medição deve avaliar o desempenho da ação a partir da coleta dos dados gerados. Assim, é interessante aliar uma outra ferramenta auxiliar para garantir a eficiência da medição. 

03. Analisar: Com os dados medidos e a definição desenvolvida, chega o momento de analisar as verdadeiras causas dos problemas apresentados. Nesse sentido, é importante que as causas raízes sejam comprovadas por gráficos e análises estatísticas. Além disso, é preciso criar possíveis planos de correção. 

04. Melhorar: A fase de melhoria é uma fase de teste dos planos de correção sugeridos durante a análise. Com os testes feitos, a empresa pode colocar os métodos comprovados em ação de acordo com as necessidades próprias dos processos com erro. 

05. Controlar: A etapa de controle serve para os gestores adequarem o plano de correção instaurado. Dessa forma, é preciso estabelecer os critérios de controle e ir analisando se a ação está alcançando os objetivos planejados. Assim, esse é o momento de ativa a cultura de melhoria contínua da empresa. 

Leia também: DMAIC: um meticuloso pilar Lean Six Sigma

FMEA  

A ferramenta FMEA serve para analisar possíveis falhas dentro de uma linha de produção e quais são as suas consequências. Dessa forma, este método ajuda muito no Seis Sigma, sendo necessário incorporar métodos específicos para atender também ao Lean.  

O método FMEA é muito interessante por ser um método estatístico, que usa uma fórmula para determinar a gravidade do problema em questão: G x O x D = RPN.  

G = Gravidade do problema, (1 é nunca e 10 é sempre); 

O = Probabilidade de ocorrência (1 é nunca e 10 é sempre); 

D = Probabilidade de detecção de falha (10 é nunca e 1 é sempre); 

RPN = Número de prioridade do risco  

Nesta metodologia, a gravidade do problema é medida pelas possíveis consequências de seu acontecimento. A probabilidade de ocorrência mede as chances desse problema acontecer, considerando a situação atual da empresa. E, por último, a probabilidade de detecção de falha serve para medir as chances da gestão da organização detectar a falha antes dela causar seus danos. 

5W2H  

A ferramenta 5W2H se baseia em 7 perguntas: o que, por que, onde, quando, como, quem e quanto. Nesse sentido, para atender a Metodologia Lean Six Sigma, é preciso responder pensando nas melhorias nos processos e na análise de como acabar com os desperdícios.  

Fluxograma 

O fluxograma consiste no desenho de uma linha de produção. Nesse sentido, com esse desenho, será muito mais fácil visualizar quais são as etapas de valor para eliminar desperdícios e em quais momentos realizar estratégicas de melhoria nos processos. 

Certificação Lean Six Sigma 

Existem algumas certificações de Lean Six Sigma que garantem que a empresa está adotando o método em sua linha de produção. Dessa forma, cada tipo de certificação está em um diferente nível e atende a um diferente fim, elas são: 

  1. Lean Six Sigma White Belt: Serve para a padronização de ações rotineiras, operacionais e repetitivas.  
  2. Lean Six Sigma Yellow Belt: Atende os profissionais de estratégia. Geralmente serve para gestores que analisam as ferramentas e criam planos de ação; 
  3. Lean Six Sigma Green Belt: Serve aos profissionais de supervisão; 
  4. Lean Six Sigma Black Belt: Certificação para a alta direção; 
  5. Lean Six Sigma Master Black Belt (MBB): Esta é específica aos profissionais que dominam o método e, por isso, são os especialistas responsáveis pela implementação do Lean Seis Sigma. 

 Benefícios do Lean Six Sigma 

Os principais objetivos do Método Lean Seis Sigma são:  

  • Implementar a política da máxima qualidade;  
  • Busca por melhoria contínua nas organizações; 
  • Aumentar a satisfação do cliente; 
  • Aumentar os lucros da empresa, diminuindo o custo de investimento; 
  • Padronizar os processos; 
  • Engajar a equipe;  
  • Reduzir a desistência de clientes; 
  • Reduzir desperdícios; 

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