Atender as normas e certificações no setor de alimentos é um desafio. Por isso, neste artigo vamos mostrar as ferramentas da qualidade, também aplicadas na indústria de alimentos, que ajudam muito nesses processos. O material a seguir vai abordar 7 ferramentas diferentes e explicar seus funcionamentos.

Ferramentas e normas 

Assim como vimos no artigo sobre as principais normas e certificações na indústria de alimentos, atender a todos os requisitos pode ser um desafio. 

Mas, esses processos devem ser encarados como uma adequação e não um empecilho. 

Para isso, existem as ferramentas da qualidade, que são mundialmente usadas para tornar o trabalho do setor da qualidade mais assertivo.

Já começamos a falar de algumas dessas ferramentas em nosso artigo sobre a qualidade na indústria de alimentos, mas hoje vamos abordar de maneira mais completa e diversificada.  

Inclusive muitas dessas ferramentas da qualidade são essenciais para alcançar as determinações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Conheça agora algumas dessas ferramentas da qualidade: 

Fluxograma

Representação do fluxograma

Representação do fluxograma

 O fluxograma é uma ferramenta que ilustra de forma clara e objetiva as etapas de um processo. 

Através dele, pode ser encontrado o melhor caminho para desenvolver um serviço. 

Um diagrama de fluxo, também tem como característica oferecer uma visão geral das tarefas e como elas se relacionam. 

A estrutura de um fluxograma é composta de símbolos geométricos, indicando as tarefas/operações, ligados por flechas que sinalizam a direção do fluxo e hierarquia das etapas. 

Possui uma notação e simbologia própria indicando o que cada símbolo representa. 

A vantagem de utilizar esta ferramenta está na identificação dos melhores caminhos para um processo que será iniciado.

Através dela, é possível construir diversas variações de etapas de execução de uma mesma atividade e, assim, encontrar a forma mais eficiente e produtiva de as colocarem em prática.

Portanto, com o desenho de processos em mãos, será muito mais simples apresentar à equipe a visão geral de um projeto.

O fluxograma, também, pode ser utilizado em processos que estão em andamento através de um comparativo do estado atual e como deveria ser. 

Dessa forma pode ser identificado falhas e implementar melhorias. 

Folhas de Verificação 

Representação da folha de verificação

Representação da folha de verificação

A folha de verificação é uma ferramenta amplamente usada nas práticas diárias de muitas pessoas, conhecida popularmente por “check-list”.

É um método simples, que tem o principal objetivo de verificar se os itens dispostos na lista foram devidamente atendidos e cumpridos. 

Diversos tipos de listas podem ser produzidas, isso irá depender da necessidade de cada empreendimento.

Por exemplo, criar uma lista específica para verificar se os processos de produção de um serviço estão sendo executados de forma correta ou não.

A lista pode ser aplicada diariamente ou no período definido pelo gestor. 

A partir da verificação da lista pode ser analisado os itens rigorosamente e identificar os riscos para que medidas sejam tomadas. 

Apesar de parecer um método bem simples, a ferramenta tem se mostrado eficiente na gestão da qualidade. 

As folhas de verificação em processos modernos de hoje são digitais, como no Módulo Ambiental e seus checklist de segurança do trabalho. 

 

Diagrama de Ishikawa 

Representação do diagrama de Ishikawa

Representação do diagrama de Ishikawa

Diagrama de Ishikawa, conhecido também como Espinha de Peixe, por causa do formato como pode ser visto na ilustração acima, ou Diagrama de Causa e Efeito. 

Foi uma ferramenta desenvolvida por Kaoru Ishikawa, no ano de 1943, com a finalidade de explicar para o grupo de engenheiros da indústria japonesa Kawasaki Steel Works, como vários fatores de um processo podem estar inter-relacionados. 

Esta é uma ferramenta de grande valor e, o melhor, de fácil aprendizagem e implementação.

A principal funcionalidade é identificar as possíveis causas de um problema.

Sua estrutura serve de guia para investigar profundamente, permitindo chegar a um fator fundamental e, portanto, possibilita que medidas corretivas eficientes sejam adotadas. 

Para colocar em prática, primeiro é definido as características do problema a ser analisado. 

Logo depois, nos retângulos das espinhas maiores os problemas primários que afetam o problema.

Nas espinhas médias as causas secundárias que afetam as causas primárias e, nas espinhas pequenas, as causas terciárias que afetam a espinha anterior. 

Uma técnica que pode ser utilizada como apoio junto com a ferramenta é o “brainstorming”.

Afinal de contas, durante a construção do diagrama é importante ter o maior número de pessoas envolvidas com o efeito, especialista do assunto, para que nada seja esquecido. 

 

Gráfico de Pareto

Representação Gráfico de Pareto

Representação Gráfico de Pareto

 Gráfico ou Diagrama de Pareto é a ferramenta ideal para identificar e priorizar ocorrências.

O gráfico é composto por um primeiro conjunto de barras representando os problemas, dispostas em ordem decrescente de acordo com a frequência da ocorrência.

O segundo conjunto é representado por uma linha que representa a porcentagem acumulada da ocorrência, calculada pela soma do percentual da causa com o percentual da causa anterior. 

O diagrama é baseado no Princípio de Pareto, elaborado, em 1987, pelo economista e sociólogo italiano Vilfredo Pareto.

O estudo mostrava a grande desigualdade de renda em Milão, apontando que 80% da renda estava concentrada nas mãos de apenas 20% da população.

Logo depois, Joseph Juran aplicou o princípio na área da qualidade e percebeu que o mesmo conceito poderia ser aplicado. 

Conclui-se que poucas causas eram as responsáveis pela grande parte dos problemas. 

Portanto, o gráfico de Pareto, tem justamente o objetivo de identificar essas poucas causas que resultam na maioria dos problemas. 

Dessa forma, é possível identificar o que deve ser prioridades nas tomadas de decisões. 

 

Histograma 

Representação histograma

Representação histograma

Para área da qualidade é muito importante saber a variabilidade das características dos produtos e serviços oferecidos.

Isto porque, naturalmente ocorre essa flutuação nos dados, por exemplo, as notas de satisfação do cliente ou tempo de entrega do produto.

No entanto, com o controle estatístico desses dados é possível obter um padrão dessas ocorrências. 

O histograma tem, exatamente, essa função e por isso está entre as 7 ferramentas da qualidade.

A ferramenta, em formato de gráfico de barras, dispõe a frequência dos valores de determinada grandeza dentro de um intervalo de tempo. 

Para realizar o histograma será preciso coletar as informações durante um intervalo de tempo, pode ser usado um . 

Determinar o número de categorias e os intervalos ou classes entre elas.

E organizar os dados, colocando a frequência no eixo vertical e as categorias no eixo horizontal.

Conforme a complexidade dos dados, tem se a necessidade de outros cálculos como para definir o comprimento de cada intervalo e os limites inferior e superior de cada um. 

 

Diagrama de Dispersão 

Representação diagrama de dispersão

Representação diagrama de dispersão

O diagrama de dispersão é uma ferramenta que mostra a relação entre duas variáveis.

Composto geralmente de uma variável X de natureza dependente e uma Y de natureza dependente, é possível analisar os efeitos da variação da primeira na segunda. 

Um exemplo de situação seria analisar a relação do clima de determinada região com a adesão de painéis solares.

Há também casos em que se pode usar o diagrama para confirmar ou não se de fato há relação de causa e efeito entre as variáveis.

As conclusões podem ser de correlação positiva (as duas aumentam), negativa (uma aumenta e outra diminui) ou nula (não há um padrão na dispersão). 

Para produzir o diagrama de dispersão, o indicado é reunir pelo menos 30 pares (x,y) de observação.

Registrar os dados em uma tabela. 

Na construção do gráfico, no eixo horizontal (x) será colocado a variável independente e, no eixo vertical (y), a variável independente. 

Sempre que realizar os gráficos, isto serve para as outras ferramentas também, coloque título, período de coleta, identificação e unidade de medida de cada eixo e o nome do responsável pela produção do diagrama. 

 

Carta de Controle

carta de controle qualidade

carta de controle qualidade

Ao falarmos sobre o histograma, percebemos que é inevitável a variabilidade em qualquer produto ou serviço oferecido.

Essas variações podem ter inúmeras causas, como a decorrente em alterações da matéria prima, clima, mão-de-obra, entre outros.

Portanto, a carta ou gráfico de controle tem a finalidade de monitorar a variabilidade e avaliar a estabilidade dos processos.

Dentro dessa avaliação, os processos podem sofrer variação de dois tipos: 

Causas Comuns ou Aleatórias: são variações ocorridas por causas naturais do processo, ou seja, elas estarão presentes mesmo que todas as etapas sejam realizadas conforme os padrões. 

Causas Especiais ou Assinaláveis: são decorrentes de um evento particular que podem interferir negativamente na qualidade do produto. 

 

Conclusão

As ferramentas da qualidade podem ser muito úteis em diversos pontos do setor da qualidade nas indústrias alimentícias.

Contudo, elas são em sua maioria técnicas pensadas analogicamente.

Nos dias de hoje os Módulos do Docnix, por exemplo, são muito mais modernos e já possuem essas ferramentas integradas em seus softwares. 

Tudo isso, sem se usar uma única folha de papel, simplesmente um avanço para o setor, que hoje já é bem moderno. 

Lembre-se que sempre tem mais a aprender aqui

Até a próxima. 

P.S: Tenha acesso a um material completo sobre ferramentas da qualidade clicando aqui.

  

Daniel Alves Pereira

Publicitário com experiência em redação, copywriting e otimização para mecanismos de busca (SEO).

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